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Lula afirma que cisão não afeta governabilidade
DO ENVIADO ESPECIAL A CUSCO
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse ontem,
em Cusco, que não vê risco
para a governabilidade no
fato de o PMDB deixar eventualmente o governo federal.
Ele usou um exemplo do
passado: "Me lembro que,
quando estávamos discutindo o impeachment de um
presidente, diziam "acabou a
governabilidade". Entrou o
Itamar Franco e o Brasil foi
governado com a mesma
tranqüilidade porque as pessoas têm responsabilidade".
Lula declarou que "não cabe ao presidente da República e muito menos ao partido
a que pertence ficarem fazendo ingerência para que
tal partido tome tal posição.
A autonomia do partido é
intocável", declarou. Depois,
mudou ligeiramente de conversa. "Tem muita gente do
PMDB que quer conversar.
No PMDB tem gente que é
corintiano, que é são-paulino, que é palmeirense e [cutucado pelo chanceler Celso
Amorim, que é santista] tem
gente que é santista".
"Quando o governo precisar votar alguma coisa importante vai negociar, como
se faz nas democracias",
completou o presidente.
Lula disse ainda que não
pretende precipitar a reforma ministerial mesmo que
os ministros do PMDB cumpram a decisão de entregar o
cargo em 48 horas. "Vou tratar qualquer substituição
com a mesma tranqüilidade
que sempre tratei", jura.
O presidente afirmou que
o país vai entrar, em 2005,
em "ano pré-eleitoral" e que
lhe cabe "não permitir que
as eleições permeiem a sua
atuação". A oposição, sim,
"tem o direito de querer que
a eleição seja antecipada",
mas "o governo tem a obrigação de governar, que foi
para isso que fomos eleitos".
Não obstante, ele anunciou que, para 2005, "estão
marcados todas as obras de
infra-estrutura previstas, algumas com ordens de serviço já liberadas". Obras sempre são parte importante de qualquer campanha eleitoral, seja qual for o governo
de turno.
(CLÓVIS ROSSI)
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