São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2004

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Lula afirma que cisão não afeta governabilidade

DO ENVIADO ESPECIAL A CUSCO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Cusco, que não vê risco para a governabilidade no fato de o PMDB deixar eventualmente o governo federal.
Ele usou um exemplo do passado: "Me lembro que, quando estávamos discutindo o impeachment de um presidente, diziam "acabou a governabilidade". Entrou o Itamar Franco e o Brasil foi governado com a mesma tranqüilidade porque as pessoas têm responsabilidade".
Lula declarou que "não cabe ao presidente da República e muito menos ao partido a que pertence ficarem fazendo ingerência para que tal partido tome tal posição. A autonomia do partido é intocável", declarou. Depois, mudou ligeiramente de conversa. "Tem muita gente do PMDB que quer conversar. No PMDB tem gente que é corintiano, que é são-paulino, que é palmeirense e [cutucado pelo chanceler Celso Amorim, que é santista] tem gente que é santista".
"Quando o governo precisar votar alguma coisa importante vai negociar, como se faz nas democracias", completou o presidente.
Lula disse ainda que não pretende precipitar a reforma ministerial mesmo que os ministros do PMDB cumpram a decisão de entregar o cargo em 48 horas. "Vou tratar qualquer substituição com a mesma tranqüilidade que sempre tratei", jura.
O presidente afirmou que o país vai entrar, em 2005, em "ano pré-eleitoral" e que lhe cabe "não permitir que as eleições permeiem a sua atuação". A oposição, sim, "tem o direito de querer que a eleição seja antecipada", mas "o governo tem a obrigação de governar, que foi para isso que fomos eleitos".
Não obstante, ele anunciou que, para 2005, "estão marcados todas as obras de infra-estrutura previstas, algumas com ordens de serviço já liberadas". Obras sempre são parte importante de qualquer campanha eleitoral, seja qual for o governo de turno. (CLÓVIS ROSSI)


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