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Entidades querem suspender prazos para garantir férias aos advogados
DA REDAÇÃO
Entidades de advogados de São
Paulo tentam manter, na prática,
o que a reforma do Judiciário impede: férias coletivas nos juízos e
tribunais de segunda instância. A
proposta é suspender os prazos
processuais no período em que
seria realizado o recesso forense, a
partir do dia 20 de dezembro.
O pedido, que pretende garantir
férias já programadas, foi feito ao
Tribunal de Justiça pela OAB-SP
(seccional paulista da Ordem dos
Advogados do Brasil), Aasp (Associação dos Advogados de São
Paulo) e Iasp (Instituto dos Advogados de São Paulo) e deve ser
analisado hoje pelo Conselho Superior de Magistratura.
O fim do recesso forense é um
ponto da reforma do Judiciário
que tem sido apontado por especialistas como importante no
combate à morosidade da Justiça.
A medida, que estabelece atividade jurisdicional ininterrupta, impede férias coletivas e determina a
presença de juízes em plantão
permanente quando não houver
expediente normal.
"Sem dúvida, todas as medidas
que possam tocar no tempo do
processo, trazendo eficácia à prestação jurisdicional, são positivas.
Contudo, esta medida altera repentinamente a rotina da advocacia", afirma Luiz Flávio Borges
D'Urso, presidente da OAB-SP.
De acordo com D'Urso, a suspensão dos prazos neste ano seria
apenas para permitir uma adaptação aos advogados, já que muitos precisarão mudar sua rotina e
organizar um revezamento durante as férias. "Vencida esta fase
de adaptação, caminhamos para
uma Justiça que trabalha em tempo integral para vencer o acúmulo
de processos e a lentidão."
A OAB do Rio de Janeiro também pedirá o período de adaptação. "Vamos solicitar que essa determinação [que impede recesso
forense] não vigore desde já", disse Otávio Gomes, presidente da
entidade. "A medida em si é positiva, mas estamos quase na metade de dezembro, todo mundo já
programou as férias."
O presidente da OAB de Santa
Catarina, Adriano Zanotto, não
concorda com a suspensão dos
prazos. "É incoerente com a nossa
postura. A gente reclamou tanto
da morosidade, é estranho pedir
para parar de trabalhar."
Zanotto lembra que o texto da
reforma já era conhecido e afirma
que os advogados habitualmente
programam suas férias sabendo
que a Justiça Federal e a trabalhista não param junto com a estadual.
(UIRÁ MACHADO)
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