CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A CUSCO

Sai o espetáculo do crescimento, entra o espetáculo do desenvolvimento. "2005 será o ano do desenvolvimento brasileiro, o ano em que as coisas vão acontecer com muito mais fluidez, com muito mais rapidez, com mais tranqüilidade", anunciou ontem um "otimista, alegre e feliz" presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de imprensado por repórteres, prometeu que "a economia vai continuar crescendo, os empregos vão continuar aparecendo, a infra-estrutura vai continuar aparecendo". E prometeu recuperar "coisas que não foram feitas durante muitos anos. Só para dar uma idéia: vamos ter que recuperar 11 portos para dar vazão ao crescimento de nossas exportações. Vamos ter que recuperar gargalos de ferrovias que estavam paradas há anos. E vamos fazer isso em parceira com a iniciativa privada, com dinheiro público, captando recursos onde tiver".
Lula parece acreditar que o país inteiro compartilha de sua felicidade: "O Brasil levantou a cabeça". A pergunta de uma repórter sobre o fato desse crescimento não ter sido percebido na área social o incomodou um pouco: "Se não foi percebida a geração de mais de 2 milhões de empregos em 11 meses, se não foram percebidas 6,5 milhões de pessoas participando do programa Fome Zero, se não foi percebida a aprovação do Estatuto do Idoso que estava há 14 anos parado no Congresso Nacional, se não foi percebido o crescimento econômico de 5,3% quando todos os especialistas imaginavam que a gente não ia crescer mais que 3%, eu não sei quando vai perceber", disparou.


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