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Ministro diz não ceder a pressão de colegas para autorizar obras
Jefferson Rudy - 30.jul.2008/Divulgação
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O ministro Carlos Minc durante visita a Altamira (PA), em julho
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse não ceder
à pressão recebida de ministros
para licenciar obras. Ele citou
dois casos: a hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, em Rondônia, e a pavimentação da rodovia BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM). Minc
ainda defendeu a forma de licenciamento da usina Angra 3.
No caso de Jirau, a empresa
Enersus (Energia Sustentável
do Brasil), contratada para
construir a usina, mudou em
9,2 km o eixo da barragem.
Mesmo assim, o Ibama concedeu licença, em 14 de novembro, para início da obra.
"A conclusão é que [a mudança no local da barragem] não
aumenta o impacto ambiental.
A empresa [Enersus] fez novos
estudos, que foram discutidos
em uma audiência com 2.000
pessoas em Porto Velho", afirmou. Minc disse, porém, que o
ministro Edison Lobão (Minas
e Energia) pressionou para liberação da licença mesmo sem
a conclusão dos novos estudos.
"O Lobão me apertou. Eu falei nem pensar. Sofri uma pressão brutal para dar junto com a
licença [para a usina] de Santo
Antônio, [também no rio Madeira], a licença de Jirau, mas
[essa última] acabou saindo
quatro meses depois."
Outra pressão partiu, segundo Minc, do ministro Alfredo
Nascimento (Transportes).
Minc disse que suspendeu o
processo de licenciamento da
BR-319 devido aos riscos da
obra favorecer o desmatamento. A pavimentação da rodovia
está orçada no PAC em R$ 697
milhões. "Nesse negócio da BR-319 o ministro Nascimento
quer me cortar o pescoço", disse. "Fui criticadíssimo."
Com relação a Angra 3, Minc
disse que o licenciamento determinou que a operação da
usina seja monitorada por instituição independente. "E não
vai sair a licença de operação
enquanto não tiver um local já
construído para onde será levado o lixo atômico", disse.
Sobre o descomissionamento, Minc disse que "vai ser outra
licença". "É outro processo."
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