SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

A Secretaria de Comunicação Social do Paraná produziu um documentário de cerca de 25 minutos sobre exemplos bem-sucedidos de assentamentos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Estado.
O documentário foi apresentado ontem na reunião semanal que o governador Roberto Requião (PMDB) tem com o secretariado.
"O governador sempre procura passar ao conjunto [do governo] a nossa realidade [do Paraná]. Se por um lado existe toda a história de invasão, de satanização do MST, tem um outro lado, que é o da produção, da vitória dos assentamentos. É isso que ele procurou mostrar", disse Benedito Pires, assessor especial de Requião.
Em entrevista ontem à Rádio CBN de Curitiba, o governador disse que o documentário foi produzido sem custos para os cofres públicos. Requião afirmou que a obra foi feita por "colegas cineastas", os quais ele não nominou.
Pires não soube estimar o custo. Segundo ele, há a possibilidade de o material ter sido feito por uma produtora que presta serviço ao governo e oferecido a Requião.
Para o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Roque Zimmermann (PT), o vídeo ajuda a desmontar a resistência ao MST. O secretário é historicamente ligado ao movimento. "Ele [Requião] quis mostrar que uma população pobre, mas engajada e lutadora, consegue benefícios, avança, produz a história", disse. Para Zimmermann, o governador é um "apoiador do movimento".
Desde o início do governo Requião, em janeiro de 2003, por duas vezes o MST invadiu praças de pedágio em rodovias concedidas à iniciativa privada no Estado. As invasões ocorreram depois de o governador ter anunciado que iria encampar os pedágios. O governo evitou a retirada dos manifestantes pela Polícia Militar.

Programa do MST
O assessor especial de Requião disse que não há negociação com o MST para que seja produzido pela TVE (Televisão Educativa do Estado) um programa do movimento. "Não existe esse programa. Isso é uma invenção", disse Pires. De acordo com ele, o MST nem mesmo solicitou o espaço.
"A televisão do Estado está aberta às manifestações sociais. Os movimentos sociais têm direito a ter acesso e a transmitir suas idéias e suas propostas. Mas tudo isso é em tese", afirmou o assessor. "Não existe esse programa."


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