São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 2000


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NO AR
Campanha virtual

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

A campanha deste ano nos EUA é vista como campo de provas para a relação entre política e Internet.
A comissão que regula eleições até abriu consultas sobre o que deveria fazer. De fontes diversas como o Partido Republicano e a central AFL-CIO, ligada ao Partido Democrata, a resposta foi: deixe a Internet em paz.
O argumento é que não se deve regular o que ainda nem existe.
No Brasil, o caminho é outro. No fim da semana passada, a Justiça Eleitoral decidiu proibir o uso eleitoral da Internet antes de julho.
O efeito foi constranger o único site já em operação em São Paulo (www.martasuplicy.org.br), que passou a usar linguagem ainda mais tortuosa, e talvez adiar os demais.
O problema é que a campanha já existe, na Internet e fora dela, sem que seja expressa como tal.
Assim, o site de Marta Suplicy anunciou anteontem que ela "visita neste sábado o bairro de Vila Alpina, na zona leste", onde "participa do ato do Movimento da Saúde".
Mário Covas, em campanha por Geraldo Alckmin, surgiu ontem na Globo em visita à mesma Vila Alpina, para "divulgar que o governo retoma a construção do complexo hospitalar, investindo R$ 19 milhões".
A campanha existe, movimenta milhões, mas faz de conta que é outra coisa.

FHC achou que, em Portugal, podia sair à rua. Em suas próprias palavras, na Globo:
- Eu vou falar com o povo.
Na descrição dos telejornais, "acabou provocando um tumulto". Segundo o site da estatal Radiobrás, outra coisa aconteceu:
- O presidente ficou surpreso e emocionado com a manifestação da população, que saiu à rua para cumprimentá-lo...

E-mail: nelsonsa@uol.com.br


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