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NO AR
Campanha virtual
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
A campanha deste ano nos
EUA é vista como campo de
provas para a relação entre política e Internet.
A comissão que regula eleições até abriu consultas sobre o
que deveria fazer. De fontes diversas como o Partido Republicano e a central AFL-CIO, ligada ao Partido Democrata, a
resposta foi: deixe a Internet
em paz.
O argumento é que não se deve regular o que ainda nem
existe.
No Brasil, o caminho é outro.
No fim da semana passada, a
Justiça Eleitoral decidiu proibir o uso eleitoral da Internet
antes de julho.
O efeito foi constranger o
único site já em operação em
São Paulo (www.martasuplicy.org.br), que passou a usar linguagem ainda mais tortuosa, e
talvez adiar os demais.
O problema é que a campanha já existe, na Internet e fora
dela, sem que seja expressa como tal.
Assim, o site de Marta Suplicy anunciou anteontem que
ela "visita neste sábado o bairro de Vila Alpina, na zona leste", onde "participa do ato do
Movimento da Saúde".
Mário Covas, em campanha
por Geraldo Alckmin, surgiu
ontem na Globo em visita à
mesma Vila Alpina, para "divulgar que o governo retoma a
construção do complexo hospitalar, investindo R$ 19 milhões".
A campanha existe, movimenta milhões, mas faz de conta que é outra coisa.
FHC achou que, em Portugal, podia sair à rua. Em suas
próprias palavras, na Globo:
- Eu vou falar com o povo.
Na descrição dos telejornais,
"acabou provocando um tumulto". Segundo o site da estatal Radiobrás, outra coisa
aconteceu:
- O presidente ficou surpreso e emocionado com a manifestação da população, que
saiu à rua para cumprimentá-lo...
E-mail: nelsonsa@uol.com.br
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