São Paulo, terça-feira, 10 de abril de 2001

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ROMBO AMAZÔNICO

Fernando Bezerra abandona defesa incondicional do presidente do Senado no caso das fraudes na Sudam


"Cabe ao próprio Jader se defender", afirma ministro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional) abandonou ontem a defesa incondicional do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). Segundo ele, cabe ao próprio Jader se defender das acusações de envolvimento com as fraudes na Sudam.
Questionado sobre a mudança de atitude em relação ao correligionário, Bezerra repetiu que "até agora não há nenhuma denúncia formal" contra Jader.
"Preferia que essa pergunta fosse feita ao senador Jader", respondeu o ministro, quando questionado sobre a relação do presidente do Senado com o empresário Geraldo Pinto da Silva.
Nas eleições para a Mesa do Senado, Bezerra se demitiu do ministério para reassumir sua cadeira na Casa e votar em Jader.
Mas, por questões regionais, Bezerra deve deixar o PMDB. O ministro é pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte, mas está sem espaço no partido. Especula-se que ele pode se filiar ao PTB ou ao PSDB.
Bezerra negou que tenha pensado em pedir demissão do ministério devido ao vazamento do grampo da PF sobre fraudadores da Sudam.
O ministro disse que recebeu carta-branca do presidente Fernando Henrique Cardoso para prosseguir nas investigações e na reestruturação das superintendências. "Se não fosse o apoio que estou recebendo do presidente, já estou ficando cansado de tudo isso, e era hora de voltar para a minha casa", afirmou.
Bezerra afirmou que está estourando o "tumor" e acabando com a corrupção da Sudam. "Sou um homem sério, sou um homem honesto. Mas não me acusam de nada. Fazem ilações. Quero ver quantas e quantas vezes vou ter de me explicar."
Ele disse que a imprensa deveria fazer sua auto-regulamentação, a exemplo do que as agências de publicidade fazem. E criticou a Polícia Federal por ter repassado à revista "Veja" as informações referentes ao grampo nos fraudadores da Sudam.
"O que me espanta é que a PF prefira o escândalo, a mídia, as luzes", afirmou Bezerra.


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