São Paulo, sábado, 10 de abril de 2010

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PT faz ato com Lula e Dilma para rivalizar com evento tucano

Petistas participam de debate no ABC, berço do partido, para fazer frente ao lançamento oficial da pré-candidatura de Serra

Ex-ministra nega a relação entre eventos e diz que, se eleita, espera que presidente tenha "presença bendita de conselheiro" em seu governo


ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A pré-candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, e o presidente Lula participam hoje de um evento promovido por centrais sindicais em São Bernardo do Campo (SP). O ato, um debate sobre emprego e qualificação profissional, será a forma de o PT fazer frente ao lançamento hoje, em Brasília, da pré-candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência.
A rivalidade inclui a internet: enquanto o ato tucano terá comentários ao vivo via Twitter, transmitidos em um telão, o PT dará a chance a internautas de fazerem perguntas ao vivo. Ontem, Dilma negou que a agenda seja para contrapor o lançamento de Serra.
A jornalistas ela voltou a comentar a polêmica afirmação sobre o eleitorado mineiro votar nela para presidente e no candidato tucano ao governo, Antonio Anastasia. Disse que respeita um possível movimento "Dilmasia" e que não será autoritária a ponto de dizer o que o eleitor deve ou não fazer.
No começo da semana, em Belo Horizonte, Dilma não só elogiou o ex-governador Aécio Neves como defendeu a chapa "Dilmasia" ou "Anastadilma".
As declarações irritaram o PMDB e o PT de Minas, que estão em negociação para uma chapa de oposição ao PSDB. "O fato é que eu respeito o que o eleitor fizer, ninguém pode ser autoritário a ponto de falar: "Eu não respeito o que o eleitor quer fazer". Faça o eleitor o que quiser", disse Dilma, ressaltando, entretanto, que sua manifestação em Minas foi tirada do contexto -o de que ela defende uma candidatura unificada PMDB-PT.
Dilma disse ainda que não pretende fazer um apelo para que Ciro Gomes (PSB) desista de sua pré-candidatura à Presidência. Ela visitará o Ceará no início da semana que vem. Dilma falou depois de ter se encontrado com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, na Embaixada do Chile.
Ao meio-dia, em entrevista à Rádio Capital AM, de São Paulo, a pré-candidata afirmou que a eleição será difícil, mas que seu partido nunca esteve "tão preparado e amadurecido". Sobre Lula, disse querer "que ele tenha essa presença bendita de conselheiro" caso seja eleita.
Dilma afirmou ainda que vai continuar comparando o governo Lula com o de seu antecessor. "Eu vou fingir que não participei do governo Lula porque os outros têm vergonha de ter participado do governo Fernando Henrique?", disse.

Colaborou DANIEL RONCAGLIA, da Reportagem Local

Repórteres da Folha contam bastidores das campanhas e viagens de Dilma e Marina

www.folha.com.br/100992


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