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Em MG, Marina faz crítica velada a Dilma por fala "oportunista"
Questionada se defenderia o voto "Marina-Anastasia", como a petista apoiou o "Anastadilma", senadora diz que "eleitor é livre"
Pré-candidata do PV citou
o mensalão do PT durante entrevista e afirmou esperar que a "minoria que cometeu erro" seja responsabilizada
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina
Silva, visitou ontem Minas Gerais e alfinetou sua concorrente
Dilma Rousseff (PT), dizendo
que não faz "discurso oportunista e de conveniência".
A crítica, embora não nominal, foi ao fato de Dilma, ao visitar Minas dois dias antes de
Marina, ter defendido o voto do
eleitor mineiro na sua candidatura à Presidência e na de Antonio Anastasia (PSDB) para o
governo de Minas, uma espécie
de "dobradinha" PT-PSDB,
apelidada de "Anastadilma".
Ontem, Marina foi indagada
se iria defender o voto "Marina-Anastasia". "Eu não faço
discurso oportunista, de conveniência", respondeu Marina.
"O eleitor é livre, ele faz a
junção que quiser", afirmou.
Ela disse que o PV terá um
candidato ao governo de Minas,
o deputado federal José Fernando Aparecido de Oliveira.
Marina também criticou o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva por ele ter dito que juiz
não deve interferir no debate
eleitoral. "Vi com preocupação", disse a senadora.
"A necessária reforma política que nós precisamos fazer
não é para colocar os políticos
acima da Justiça. Aliás, é para
ajudar a colocar a política nos
trilhos da justiça econômica,
social e da ética", disse ela.
"Em função da ausência da
reforma, os partidos viraram
máquinas de ganhar eleição. É
só ver o que aconteceu no Congresso", acrescentou, referindo-se ao mensalão do PT.
Marina já havia citado o
mensalão na entrevista que dera horas antes à rádio Itatiaia.
Ao explicar sua saída do PT,
disse que foi "uma minoria que
cometeu erro" e que espera que
as pessoas que participaram do
esquema para apoiar o governo
em troca de dinheiro sejam
"responsabilizadas".
Ela também pregou uma
campanha sem "embate". Repudiou uma "campanha de currículos" entre seus adversários
Dilma e José Serra (PSDB), dizendo que o país não precisa de
"gerentes". "O Brasil precisa se
dispor ao debate", afirmou.
Na sua pré-campanha por
Minas, onde participou de
eventos do PV-MG , Marina
também fez críticas ao valor
baixo do royalty do minério.
Ainda na entrevista à rádio,
ela se colocou contra o aborto,
mas disse que não condena
quem defende o direito de a
mulher abortar. Afirmou que,
tanto sobre essa questão quanto sobre a descriminalização da
maconha, um plebiscito poderia ampliar os debates e permitir a decisão pela população.
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