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CAIXA POSTAL
Metade da correspondência traz pedidos
Presidente recebeu 60 mil mensagens
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Desde que tomou posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
recebeu 39.466 cartas e 23.168 e-mails até maio. Quase metade
da correspondência traz pedidos, dos mais variados tipos: um
dentista recém-formado pediu
um consultório odontológico
completo, um motorista pediu
um caminhão e diversas pessoas
pedem entradas para o "Xou da
Xuxa", conforme exemplos citados pelo diretor de Documentação Histórica do Palácio do Planalto, Cláudio Soares Rocha.
Os excêntricos são os que não
têm objetivo. Por exemplo, há
uma pessoa que manda uma
carta por dia para o presidente
sem nada escrito, apenas com
algumas linhas riscadas.
Os insistentes são os que têm
solução para tudo -desde a seca no Nordeste até a pobreza,
passando pelas dores no ombro
do presidente. Não satisfeitos,
chegam a cobrar uma resposta
pessoal de Lula.
Dos 60 modelos de resposta,
um é para agradecer sugestões.
Mas quando o remetente entra
na categoria de insistente, não
recebe nada.
Recentemente, a Documentação Histórica dobrou o número
de leitores de cartas (de oito para 16), em razão do acúmulo de
serviço. Nos dois governos de
FHC, a média mensal era de
2.600 cartas. Nestes cinco meses,
a média é de 7.890.
Segundo Rocha, o aumento da
correspondência no início do
governo é comum. No entanto,
ele esperava um decréscimo,
mas o volume só vem aumentando até agora. Começou com
8.435 em janeiro e chegou a
10.415 em maio.
Pouquíssimas cartas chegam
ao conhecimento do presidente.
Basicamente, as que são entregues pessoalmente a ele.
Os presentes, ao contrário, são
todos mostrados a Lula, que seleciona os que quer levar para o
Palácio da Alvorada. O restante
vai para um depósito.
Garanhuns
Rocha disse que o presidente
costuma cobrar o atendimento
dos pedidos contidos nas cartas
que lê.
Até hoje, 2.921 cartas foram
encaminhadas para a Previdência (aposentadorias), 1.187 para
a Justiça (questões penitenciárias) e 874 para a Saúde. Houve
2.848 pedidos de emprego.
Da terra natal do presidente,
Garanhuns (PE), já chegaram
118 cartas. Alguns remetentes se
identificaram como parentes,
mas não eram.
A Diretoria de Divisão Histórica toma o cuidado de checar
todo nome de pessoa que se
identifica como tal.
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