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AMEAÇAS E RISOS
Na 1ª sessão, governistas agressivos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A primeira sessão da CPI foi
marcada pelo tom agressivo dos
governistas, que ameaçavam investigar o governo passado na
tentativa de intimidar a oposição.
O pedido do líder do governo,
senador Aloizio Mercadante (PT-SP), de colocar um nome moderado da oposição foi interrompido pelo deputado João Fontes
(PDT-SE), que propunha, em
tom de piada, a senadora Heloísa
Helena (PSOL-AL), conhecida
por seu radicalismo. "Eu aceito,
eu aceito!", dizia ela rindo.
"Quero alertar os companheiros da Câmara que aqui no Senado a gente tem uma praxe de ouvir os argumentos e debater depois", disse Mercadante.
O comentário do senador, que
já foi deputado, causou mal-estar
entre os deputados presentes.
Com isso, Mercadante monopolizou as manifestações ruidosas do
plenário, os aplausos e as expressões de descontentamento.
Ao justificar a intenção de desrespeitar a tradição de que as
maiores bancadas ficam com a
vaga de presidente e relator, Mercadante citou o fato de a bancada
do PT, que é a maior da Câmara,
estar sem representante na Mesa.
O plenário reagiu com um
"ahhhh" de deboche e com gritos
de "perderam a eleição!".
O senador Jefferson Péres
(PDT-AM), que presidia os trabalhos, tentava controlar a sessão.
"Vamos agir civilizadamente!",
disse. A sessão foi atribulada, com
deputados e senadores querendo
falar ao mesmo tempo. "Quem
vai falar agora sou eu!", disse Péres irritado, enquanto o deputado
Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) insistia em pedir a palavra.
Até o meio da tarde de ontem o
governo ainda não havia fechado
os nomes que proporia para ocupar a presidência e a relatoria,
postos fundamentais para a condução dos trabalhos e o andamento das investigações.
Inicialmente a idéia era colocar
um senador do PMDB na presidência e cogitou-se até os últimos
momentos a indicação do senador Luiz Otávio (PA) para a vaga.
O TCU (Tribunal de Contas da
União) acatou denúncia contra
ele por desvio de verba pública.
A base aliada desistiu de Luiz
Otávio e indicaria para a presidência da comissão o líder do PT,
senador Delcídio Amaral (MS), o
que não se concretizou devido à
suspensão dos trabalhos pela falta
de acordo com a oposição.
Vários nomes foram lançados
para a relatoria até que os governistas se decidissem pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).
A sessão foi aberta sem a presença
dos líderes governistas, que ainda
estavam reunidos tentando se organizar.
(RB, FK e FZ)
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