São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2005

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Severino diz que petebista "não está são"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Alvo de rumores de que poderia ser atingido por novas revelações feitas pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), disse ontem que não aceita ameaças e chegou a questionar a saúde mental do parlamentar.
"Ele [Jefferson] está em estado que precisa de piedade, porque ele não está são. Estou tranqüilo, sou um homem que não tem problema. Tenho 42 anos de vida pública." Ex-corregedor da Câmara, ele afirmou que irá determinar a completa apuração dos fatos citados por Jefferson em sua entrevista à Folha. Já foram abertas investigações pela Corregedoria Geral da Câmara e pelo Conselho de Ética, além da CPI dos Correios.
"O que irei fazer é investigar tudo, onde houver corrupção será apurado. Não aceito ameaças e apurarei todas as irregularidades que existam aqui na Câmara."
O presidente da Câmara afirmou também que não teme uma paralisia da Casa com a CPI.
Líderes partidários acreditam que o início da CPI vai afetar bastante a tramitação das reformas tributária, sindical e política.

Depoimento
O Conselho de Ética da Câmara anunciou ontem que ouvirá Jefferson na terça à tarde em sessão aberta. Com isso, serão dois os depoimentos do deputado à Câmara, em dois dias, já que o petebista será ouvido um dia depois pela corregedoria da Casa.
Responsável pela acusação de que o PT pagaria mensalidade de R$ 30 mil a deputados em troca de apoio, Jefferson sofre duas investigações na Câmara, uma da corregedoria e outra do Conselho de Ética, que pode dar parecer pela cassação de seu mandato.
Ontem, o deputado Léo Alcântara (PSDB-CE) pediu que fosse excluído da comissão de sindicância da corregedoria que investiga o caso, sem dizer os motivos.
O conselho fez ontem sua primeira reunião e decidiu que, após a fala de Jefferson -que já afirmou que confirmará suas acusações-, serão votados os requerimentos apresentados para que sejam ouvidas várias pessoas citadas no caso, como os ministros Ciro Gomes (Integração Nacional) e Aldo Rebelo (Coordenação Política) e o secretário de Finanças do PT, Delúbio Soares, acusado de pagar o "mensalão".
"Para que ele [Jefferson] tenha respaldo a seu favor, é necessário que ele apresente elementos comprobatórios do que diz", afirmou o relator do processo, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA).
Na sessão, os deputados argumentaram ser inócua a investigação da corregedoria sobre o mesmo assunto e decidiram pedir a Severino que suspendesse essa apuração. Severino negou.


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