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Severino diz que petebista "não está são"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Alvo de rumores de que poderia ser atingido por novas revelações feitas pelo presidente do
PTB, deputado Roberto Jefferson
(RJ), o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), disse
ontem que não aceita ameaças e
chegou a questionar a saúde mental do parlamentar.
"Ele [Jefferson] está em estado
que precisa de piedade, porque
ele não está são. Estou tranqüilo,
sou um homem que não tem problema. Tenho 42 anos de vida pública." Ex-corregedor da Câmara,
ele afirmou que irá determinar a
completa apuração dos fatos citados por Jefferson em sua entrevista à Folha. Já foram abertas investigações pela Corregedoria Geral
da Câmara e pelo Conselho de
Ética, além da CPI dos Correios.
"O que irei fazer é investigar tudo, onde houver corrupção será
apurado. Não aceito ameaças e
apurarei todas as irregularidades
que existam aqui na Câmara."
O presidente da Câmara afirmou também que não teme uma
paralisia da Casa com a CPI.
Líderes partidários acreditam
que o início da CPI vai afetar bastante a tramitação das reformas
tributária, sindical e política.
Depoimento
O Conselho de Ética da Câmara
anunciou ontem que ouvirá Jefferson na terça à tarde em sessão
aberta. Com isso, serão dois os depoimentos do deputado à Câmara, em dois dias, já que o petebista
será ouvido um dia depois pela
corregedoria da Casa.
Responsável pela acusação de
que o PT pagaria mensalidade de
R$ 30 mil a deputados em troca de
apoio, Jefferson sofre duas investigações na Câmara, uma da corregedoria e outra do Conselho de
Ética, que pode dar parecer pela
cassação de seu mandato.
Ontem, o deputado Léo Alcântara (PSDB-CE) pediu que fosse
excluído da comissão de sindicância da corregedoria que investiga o caso, sem dizer os motivos.
O conselho fez ontem sua primeira reunião e decidiu que, após
a fala de Jefferson -que já afirmou que confirmará suas acusações-, serão votados os requerimentos apresentados para que sejam ouvidas várias pessoas citadas no caso, como os ministros
Ciro Gomes (Integração Nacional) e Aldo Rebelo (Coordenação
Política) e o secretário de Finanças do PT, Delúbio Soares, acusado de pagar o "mensalão".
"Para que ele [Jefferson] tenha
respaldo a seu favor, é necessário
que ele apresente elementos comprobatórios do que diz", afirmou
o relator do processo, deputado
Jairo Carneiro (PFL-BA).
Na sessão, os deputados argumentaram ser inócua a investigação da corregedoria sobre o mesmo assunto e decidiram pedir a
Severino que suspendesse essa
apuração. Severino negou.
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