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O ARAPONGA
Funcionário do extinto SNI, Fortuna quis revogar licitação nos Correios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Preso na operação de ontem da
Polícia Federal, o capitão reformado da Polícia Militar de Minas
Gerais José Santos Fortuna Neves
representava empresas que tinham negócios ou interesse em
disputar licitações nos Correios.
Fortuna foi araponga do extinto
SNI (Serviço Nacional de Informação) até meados dos anos 80.
Fortuna surgiu no noticiário sobre o escândalo dos Correios num
discurso feito na tribuna do Congresso pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Ele disse que ouviu de um servidor dos Correios
referido no escândalo, o ex-diretor de Administração Antônio
Osório Batista, que Fortuna
ameaçara tirá-lo do cargo.
Quando do seu depoimento ao
Ministério Público Federal, há
duas semanas, Fortuna disse, por
meio de seu advogado, Reginaldo
Bacci, que em fevereiro manteve
uma audiência com o então presidente dos Correios João Henrique
de Almeida Sousa especificamente para tratar de licitação avaliada
em R$ 38 milhões.
Nessa audiência, que os Correios disseram ter ocorrido em 15
de fevereiro, Fortuna defendeu a
interferência de Sousa na licitação. Queria a revogação da disputa. A empresa representada por
Fortuna era a multinacional de informática Intermec, que havia
perdido a disputa, meses antes,
para a empresa HHP Brasil. Segundo a versão dos Correios, a licitação fora revogada 12 dias antes da audiência. O advogado de
Fortuna disse que a decisão teria
sido tomada depois da audiência.
O advogado também explicou
que a empresa de seu cliente em
Brasília, a Atrium, também representava outras importantes empresas de informática, como a Siemens. Negou que Fortuna seja
um lobista.
(RV)
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