São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2005

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O ARAPONGA

Funcionário do extinto SNI, Fortuna quis revogar licitação nos Correios

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Preso na operação de ontem da Polícia Federal, o capitão reformado da Polícia Militar de Minas Gerais José Santos Fortuna Neves representava empresas que tinham negócios ou interesse em disputar licitações nos Correios.
Fortuna foi araponga do extinto SNI (Serviço Nacional de Informação) até meados dos anos 80.
Fortuna surgiu no noticiário sobre o escândalo dos Correios num discurso feito na tribuna do Congresso pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Ele disse que ouviu de um servidor dos Correios referido no escândalo, o ex-diretor de Administração Antônio Osório Batista, que Fortuna ameaçara tirá-lo do cargo.
Quando do seu depoimento ao Ministério Público Federal, há duas semanas, Fortuna disse, por meio de seu advogado, Reginaldo Bacci, que em fevereiro manteve uma audiência com o então presidente dos Correios João Henrique de Almeida Sousa especificamente para tratar de licitação avaliada em R$ 38 milhões.
Nessa audiência, que os Correios disseram ter ocorrido em 15 de fevereiro, Fortuna defendeu a interferência de Sousa na licitação. Queria a revogação da disputa. A empresa representada por Fortuna era a multinacional de informática Intermec, que havia perdido a disputa, meses antes, para a empresa HHP Brasil. Segundo a versão dos Correios, a licitação fora revogada 12 dias antes da audiência. O advogado de Fortuna disse que a decisão teria sido tomada depois da audiência.
O advogado também explicou que a empresa de seu cliente em Brasília, a Atrium, também representava outras importantes empresas de informática, como a Siemens. Negou que Fortuna seja um lobista. (RV)


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