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Vida na Rússia está pior do que em 1980
DA REDAÇÃO
Desemprego, salários atrasados, fome, serviços sociais falidos,
escassez de energia e altos índices
de alcoolismo e violência. Essa é a
nova realidade dos russos, cujo
padrão de vida, segundo o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), vem
decaindo paulatinamente desde o
fim da União Soviética.
De acordo com o novo relatório
do Pnud, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) na Rússia e
na Romênia está abaixo do registrado em 1980, uma tendência verificada também em outros países
do Leste Europeu e do antigo bloco soviético.
Na Bulgária e na Letônia, o IDH
é inferior ao de 1985, enquanto na
Ucrânia, em Belarus, na Lituânia
e na Moldávia, o índice caiu em
relação ao registrado em 1990.
Transição
A falência do Estado provedor e
a atribulada transição para uma
economia de mercado tiveram
um preço alto para a população
dos antigos países comunistas.
Empregos, assistência social e
produtos subsidiados desapareceram da noite para o dia.
Na Rússia, as dificuldades foram agravadas pela crise financeira de 1998, quando investidores
estrangeiros, preocupados com o
déficit na balança fiscal e com a
crescente dívida pública, retiraram-se em massa, desvalorizando
o rublo e levando o país à falência.
Em 1999, ano avaliado no relatório do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento,
a economia russa passou a reagir
e cresceu 3,2%.
A taxa de desemprego no país
caiu de 14% para 11%, e a expectativa de vida (que entre 1989 e 1994
passou de 64 anos para 57) subiu
para 66 anos.
Melhora
Isso ajudou a Rússia a melhorar
sua posição no ranking mundial
do IDH, passando do 62º lugar
em 2000 para o 55º este ano. O índice continua, no entanto, abaixo
do registrado em 1980.
"A qualidade dos serviços prestados pelo governo deteriorou-se
desde 1991 e os pobres foram os
mais afetados", diz um recente relatório do Banco Mundial.
De acordo com o Banco Mundial, 26% dos russos vivem abaixo
da linha de pobreza, e o país enfrenta também uma redução populacional, com as mortes ultrapassando os nascimentos em cerca de 700 mil por ano.
África
A Zâmbia, na África austral, foi
o país que sofreu o maior retrocesso no desenvolvimento humano. O IDH na ex-colônia britânica
é inferior ao de 1975.
A expectativa de vida é de 41
anos, e a desnutrição atinge 45%
da população. O país ainda sofre
os efeitos de uma grave crise econômica deflagrada no início dos
anos 70 pelo colapso dos preços
do cobre no mercado internacional, pelo choque do petróleo e por
políticas estatizantes.
Além de Zâmbia, outros 11 países africanos apresentaram retrocessos no IDH: Zimbábue, Botsuana, Burundi, Congo, Lesoto,
Camarões, Quênia, África do Sul,
Suazilândia, Maláui e Namíbia.
Um dos maiores problemas da
região é o alastramento da Aids. A
África do Sul tem 4,2 milhões de
infectados, o maior número de
pessoas no mundo convivendo
com o HIV. A expectativa de vida
no país caiu de 60 anos, em 1990,
para 53, em 1999, por causa da
doença. No Zimbábue, que tem
1,5 milhão de infectados, a expectativa de vida caiu de 65 anos para
43, e, em Botsuana, de 69 para 44.
A Aids também ameaça corroer
a fraca economia da região. O PIB
da África do Sul será 17% menor
daqui a dez anos, e Botsuana será
20% mais pobre.
(MD)
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