São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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Diretor-geral sai da PF e refuta acusação do PT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Antes de deixar oficialmente a direção geral da Polícia Federal, o delegado Itanor Neves Carneiro criticou ontem o PT pelas acusações de uso político da PF: "São absolutamente inconsistentes. A Polícia Federal é uma instituição séria, que age rigorosamente dentro dos padrões", disse à Folha.
As acusações de uso eleitoral de investigações e a falta de comando sobre subordinados, entretanto, foram consideradas as razões que levaram o delegado a se demitir do posto.
"Não quero me desgastar por causa de mais seis meses no cargo", disse ele a um interlocutor, na sede da PF. Carneiro aproveitou o clima de mudanças provocado pela saída de Miguel Reale Júnior (Justiça) para formalizar seu desligamento.
Nos últimos dias, Carneiro demonstrava preocupação com o tiroteio entre o PT e o governo e com as suspeitas de uso político da PF. Primeiro, vieram acusações da então candidata do PFL Roseana Sarney, que teve R$ 1,34 milhão apreendido pela PF na sua empresa em São Luís e desistiu da disputa.
Depois, o delegado Deuler da Rocha Júnior foi afastado das investigações sobre o leilão da Telemar quando indicava possibilidade de indiciar Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-arrecadador de campanhas de José Serra (PSDB). Por último, a revelação de que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderia estar sendo investigado pela PF ajudou a minar a credibilidade da corporação.
(ELIANE CANTANHÊDE E WLADIMIR GRAMACHO)



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