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Diretor-geral sai
da PF e refuta
acusação do PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Antes de deixar oficialmente a direção geral da Polícia Federal, o delegado Itanor Neves Carneiro criticou
ontem o PT pelas acusações
de uso político da PF: "São
absolutamente inconsistentes. A Polícia Federal é uma
instituição séria, que age rigorosamente dentro dos padrões", disse à Folha.
As acusações de uso eleitoral de investigações e a falta
de comando sobre subordinados, entretanto, foram
consideradas as razões que
levaram o delegado a se demitir do posto.
"Não quero me desgastar
por causa de mais seis meses
no cargo", disse ele a um interlocutor, na sede da PF.
Carneiro aproveitou o clima
de mudanças provocado pela saída de Miguel Reale Júnior (Justiça) para formalizar seu desligamento.
Nos últimos dias, Carneiro
demonstrava preocupação
com o tiroteio entre o PT e o
governo e com as suspeitas
de uso político da PF. Primeiro, vieram acusações da
então candidata do PFL Roseana Sarney, que teve R$
1,34 milhão apreendido pela
PF na sua empresa em São
Luís e desistiu da disputa.
Depois, o delegado Deuler
da Rocha Júnior foi afastado
das investigações sobre o leilão da Telemar quando indicava possibilidade de indiciar Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-arrecadador de
campanhas de José Serra
(PSDB). Por último, a revelação de que Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) poderia estar
sendo investigado pela PF
ajudou a minar a credibilidade da corporação.
(ELIANE CANTANHÊDE E WLADIMIR GRAMACHO)
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