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Governador quer OEA e Anistia no Estado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (PTN),
disse ontem que convidará membros da OEA (Organização dos
Estados Americanos) e da Anistia
Internacional para visitar o Estado a fim de provar que a situação
de violência não é grave.
José Ignácio esteve em Brasília e
agradeceu ao procurador-geral da
República, Geraldo Brindeiro,
por ter desistido de pedir ao Supremo Tribunal Federal a aprovação da intervenção no Estado.
Ele também pretendia conversar com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
da Presidência da República, general Alberto Cardoso, sobre a
força-tarefa que o governo federal
quer promover no Estado.
Brindeiro anunciara a desistência anteontem, depois de ter audiência com o presidente Fernando Henrique Cardoso e ser autorizado por ele a informar à imprensa que seria criada uma força-tarefa no Espírito Santo. O anúncio
levou o ministro Miguel Reale Júnior (Justiça) a pedir demissão.
José Ignácio negou que haja
uma grave crise local motivada
pelo crime organizado e pelo desrespeito a direitos humanos. Disse que não permitirá que o Estado
seja transformado em bode expiatório de uma situação de violência que atinge todo o país.
O governador sugeriu que Reale
Júnior foi "incompetente" na passagem pelo ministério e acusou o
Conselho de Defesa dos Direitos
da Pessoa Humana de ter agido
de forma política por ter aprovado o relatório que serviria de base
para o pedido de intervenção.
Ele disse que o Brasil é réu em
cortes internacionais de direitos
humanos e que o Ministério da
Justiça estaria tentando se esquivar disso ao concentrar acusações
de violência em um único Estado.
Segundo José Ignácio, o objetivo
seria "encobrir incompetências".
"Lamento a incompetência de órgãos da estrutura estatal."
Se aprovada pelo STF e decretada por FHC, a intervenção implicaria o afastamento de José Ignácio do governo. Ele disse que não
admitiria essa medida. "Não aceitaria de maneira nenhuma que
atingissem a minha autoridade".
O governador disse que não
conversou com FHC nos últimos
30 dias e negou que a deputada
Rita Camata (PMDB-ES), candidata a vice na chapa do presidenciável José Serra (PSDB), possa ter
feito gestões políticas para evitar a
intervenção. José Ignácio disse
que Brindeiro o convidou para a
audiência segunda de manhã, antes da conversa entre o procurador-geral e FHC. Brindeiro não quis dar entrevista ontem.
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