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São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

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Aliados demonstram alívio com mudança

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Bombardeados desde o início da tramitação da reforma da Previdência por defenderem uma proposta teoricamente impopular entre os servidores, os líderes dos partidos aliados ao governo davam declarações entusiasmadas ontem após assumirem a defesa da manutenção de benefícios ao funcionalismo.
"A disposição da base aliada é aprovar a proposta [de alteração]. Há uma tendência forte do governo em aceitar. E é uma proposta razoável, espero que os governadores concordem", disse o deputado Nelson Pellegrino (BA), líder da bancada do PT na Câmara.
"Foi o dia mais positivo de todos nessa tramitação da reforma. Mostramos o que queremos e sensibilizamos o ministro [José Dirceu]", comemorou o petebista Vicente Cascione (SP), vice-líder do governo. Um dos mais enfáticos na defesa da mudança foi o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que centralizou em sua casa as negociações pelas mudanças. "Na base e entre os líderes, está bastante consolidada essa proposta", disse ele.
Durante as conversas de ontem, os governistas definiram um esforço concentrado para acelerar a tramitação e assegurar que a proposta vá para votação no plenário da Câmara no início de agosto.
A bancada do PT na Câmara se reuniu ontem à noite para fazer um balanço da proposta do governo de manter a aposentadoria integral para os servidores que seguirem determinados requisitos. Os deputados à esquerda do partido, que vinham defendendo a integralidade dos benefícios, comemoraram o recuo do governo.
"Isso era o que vínhamos discutindo na base desde o começo e alguns de nós vinham sendo taxados de radicais por causa disso", disse o deputado Dr. Rosinha (PR). Pellegrino disse na reunião, de acordo com relato de parlamentares, que todos estavam um pouco agitados para compreender a proposta, uns para saber se continuariam a ser aplaudidos, e outros para ver se parariam de ser vaiados". Ele foi vaiado em protesto de servidores públicos em Brasília, no mês passado, ao defender a reforma da Previdência.



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