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ORÇAMENTO
Apreciação da LDO foi adiada por causa de exigência do Rio por verbas; sem a votação, não há recesso parlamentar
Palocci tenta resolver impasse no Congresso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci
(Fazenda) entrou no circuito ontem para tentar resolver o impasse entre a Prefeitura do Rio e o
Banco do Brasil em relação à liberação de créditos tributários. O
governo está preocupado em resolver o problema para viabilizar
a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que estabelece as diretrizes para a elaboração
do Orçamento do próximo ano.
O deputado Rodrigo Maia
(PFL-RJ), filho do prefeito Cesar
Maia (PFL), usou artifícios regimentais para derrubar a sessão de
anteontem em que a LDO seria
apreciada. Se ela não for votada, o
Congresso Nacional não pode entrar em recesso.
A Prefeitura do Rio tenta fazer
um saque nos depósitos em juízo
de tributos estaduais. Segundo o
deputado, uma lei permite que
administrações municipais usem
70% do valor dos recursos que estejam parados em instituições financeiras à espera de decisões da
Justiça. O BB teria interpretação
diferente, permitindo a movimentação de apenas 40%.
Reunião
O líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra
(PTB-RN), o líder do PFL no Senado, senador José Agripino
(RN), e o líder do PMDB, senador
Renan Calheiros (AL), tiveram
uma reunião ontem com Palocci
para tratar do assunto.
Há um acordo no Congresso
para votar créditos extras para
ministérios na próxima terça. A
LDO e o PPA (Plano Plurianual)
dependem de um entendimento.
Se o problema do Rio não for resolvido até lá, a oposição vai obstruir as votações e o Congresso
pode não entrar em recesso.
Palocci afirmou aos líderes que
iria se informar sobre a situação,
já que chegava da Bolívia, e ligaria
ainda ontem para o prefeito Cesar
Maia. O ministro disse aos senadores que o problema do Rio é
pontual e que vai examiná-lo para
encontrar a melhor solução.
"Não vamos aceitar promessas.
Ou o dinheiro é liberado até a terça-feira, ou não votamos nada",
disse o deputado Maia.
O quórum para apreciar a LDO
é de 86 deputados e 14 senadores.
Quando há acordo, a votação
ocorre mesmo sem esse número.
Na atual situação, se o Rio não for
atendido, o governo vai ter que
garantir o quórum necessário.
A base aliada, no entanto, já está
desarticulada, porque os parlamentares estavam contando que
entrariam em recesso na última
quinta e já foram para os Estados.
Ainda que o governo garanta presença em plenário, a oposição pode usar mecanismos regimentais
para atrasar a votação.
"Estamos enviando telegramas,
telefonando e fazendo apelos aos
os senadores para que estejam
aqui para votar", disse Bezerra.
Também participaram da reunião ontem o secretário-executivo do ministério, Bernard Appy, e
o secretário do Tesouro Nacional,
Joaquim Levy.
O deputado Professor Luizinho
(PT-SP), líder do governo na Câmara, classificou o problema de
paroquial: "Qualquer parlamentar que tiver um problema em seu
município vai se achar no direito
de querer parar o Congresso".
Banco do Brasil
A direção do Banco do Brasil foi
surpreendida pela suspensão da
votação da LDO. Na quarta, um
dia antes da ação do deputado
Rodrigo Maia, houve uma reunião entre o BB e a Prefeitura do
Rio, quando foi fechada uma proposta. Maia negou que tenha havido acordo.
O prefeito também afirmou que
o impasse não foi resolvido, embora tenha conversado com os
ministros Guido Mantega (Planejamento) e Aldo Rebelo (Coordenação Política).
Pelas contas do prefeito, o Rio
tem a receber R$ 250 milhões referentes ao que já está depositado.
A cada ano, prevê, seriam mais
cerca de R$ 10 milhões, vindos de
novos depósitos judiciais.
O BB diz que as conversas com a
prefeitura continuam e que está
"otimista" em relação à possibilidade de fechar um acordo.
Colaborou a Sucursal do Rio
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