São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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DE MULHER PARA MULHER

Entrevista de mulher de candidato faz parte de estratégia para conquistar eleitorado feminino

Marisa "embarca" na campanha de Lula

DA REDAÇÃO

Uma entrevista exclusiva marca a entrada de Marisa Letícia Lula da Silva, 52, na campanha de seu marido, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Disponível desde ontem no site do presidenciável (www.lula.org.br), o texto "Uma Brasileira Chamada Marisa" traça um retrato dos bastidores da vida do casal, em meio a fatos políticos que marcaram o país nas últimas três décadas, como a luta pelas Diretas, as greves do ABC e a fundação do PT.
A iniciativa é parte de uma estratégia da campanha petista para conquistar uma parcela maior do eleitorado feminino, dando mais visibilidade à Marisa, que já vem participando de comícios ao lado do marido.
O objetivo é fazer um contraponto a outras presenças femininas nas campanhas de adversários, como a atriz Patrícia Pillar, namorada de Ciro Gomes (PPS), e Rita Camata, vice na chapa de José Serra (PSDB).
Segundo o site de Lula, a última entrevista exclusiva de Marisa foi há mais de três anos. No texto, descobre-se detalhes da participação de Marisa na vida partidária e sindical do marido. Foi ela, por exemplo, quem costurou a primeira bandeira do PT. Durante as greves no ABC em 1980, ajudou a organizar as passeatas de mães de metalúrgicos, quando os líderes estavam presos e o Sindicato dos Metalúrgicos estava sob intervenção.
Neta de italianos, Marisa começou a trabalhar com nove anos de idade cuidando dos filhos de um dentista em São Bernardo do Campo (SP). Conheceu Lula em 1973, quando viúva, mãe de um filho do primeiro casamento, foi cuidar dos documentos para receber pensão no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula era diretor.
Na época, Marisa já tinha namorado, mas Lula foi insistente. "Lula chegou em casa um dia e avisou meu namorado que precisava tratar um assunto muito sério comigo. Mandou o sujeito embora, pode?", conta Marisa. Casaram-se sete meses depois do primeiro encontro.
Quando Lula foi preso em 1980, Marisa diz que seu filho teve de deixar a escola. "O Marcos se recusava a ir à aula. Quando fui saber, eram colegas que acusavam: "Seu pai é bandido. Está preso, é bandido"."


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