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DE MULHER PARA MULHER
Entrevista de mulher de candidato faz parte de estratégia para conquistar eleitorado feminino
Marisa "embarca" na campanha de Lula
DA REDAÇÃO
Uma entrevista exclusiva marca a entrada de Marisa Letícia
Lula da Silva, 52, na campanha
de seu marido, o candidato Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
Disponível desde ontem no site do presidenciável
(www.lula.org.br), o texto "Uma
Brasileira Chamada Marisa" traça um retrato dos bastidores da
vida do casal, em meio a fatos
políticos que marcaram o país
nas últimas três décadas, como a
luta pelas Diretas, as greves do
ABC e a fundação do PT.
A iniciativa é parte de uma estratégia da campanha petista para conquistar uma parcela maior
do eleitorado feminino, dando
mais visibilidade à Marisa, que já
vem participando de comícios
ao lado do marido.
O objetivo é fazer um contraponto a outras presenças femininas nas campanhas de adversários, como a atriz Patrícia Pillar,
namorada de Ciro Gomes (PPS),
e Rita Camata, vice na chapa de
José Serra (PSDB).
Segundo o site de Lula, a última entrevista exclusiva de Marisa foi há mais de três anos. No
texto, descobre-se detalhes da
participação de Marisa na vida
partidária e sindical do marido.
Foi ela, por exemplo, quem costurou a primeira bandeira do
PT. Durante as greves no ABC
em 1980, ajudou a organizar as
passeatas de mães de metalúrgicos, quando os líderes estavam
presos e o Sindicato dos Metalúrgicos estava sob intervenção.
Neta de italianos, Marisa começou a trabalhar com nove
anos de idade cuidando dos filhos de um dentista em São Bernardo do Campo (SP). Conheceu Lula em 1973, quando viúva,
mãe de um filho do primeiro casamento, foi cuidar dos documentos para receber pensão no
Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, onde Lula era diretor.
Na época, Marisa já tinha namorado, mas Lula foi insistente.
"Lula chegou em casa um dia e
avisou meu namorado que precisava tratar um assunto muito
sério comigo. Mandou o sujeito
embora, pode?", conta Marisa.
Casaram-se sete meses depois
do primeiro encontro.
Quando Lula foi preso em
1980, Marisa diz que seu filho teve de deixar a escola. "O Marcos
se recusava a ir à aula. Quando
fui saber, eram colegas que acusavam: "Seu pai é bandido. Está
preso, é bandido"."
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