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Presidentes de
comissões dão
apoio a projeto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os presidentes das duas comissões legislativas que analisarão a criação do Conselho Federal de Jornalismo disseram
ser favoráveis ao projeto, que
chegou ontem à Câmara dos
Deputados. As comissões de
Trabalho e de Constituição e
Justiça avaliarão o projeto de lei
antes da votação em plenário.
Tarcisio Zimmermann (PT-RS), presidente da Comissão
de Trabalho, afirmou que a
criação do conselho se dá por
meio de um "espírito normativo democrático". O presidente
da Comissão de Constituição e
Justiça, Maurício Rands (PT-PE), disse considerar que o
projeto tornaria o exercício da
profissão mais "responsável"
perante à sociedade.
O primeiro passo do projeto
-que cria também seções estaduais do conselho- é a comissão de Trabalho. "A proposta tem um espírito normativo que já está presente em outras profissões, como a dos médicos. Não vejo nisso um caráter normativo autoritário, e sim
um caráter normativo democrático", disse Zimmermann.
"Os conselhos estabelecem
mecanismos de proteção, mas
exige também responsabilidade. É claro que colocam freio
em determinadas circunstâncias que exacerbam os limites",
acrescentou.
A criação do Conselho Federal de Jornalismo consta no
projeto de lei encaminhado pelo governo ao Congresso e proposto pela Fenaj (Federação
Nacional dos Jornalistas Profissionais). A ABI (Associação
Brasileira de Imprensa) e políticos dos oposicionistas PFL e
PSDB já se declararam contra.
Enquanto os defensores da
medida vêem uma forma de
disciplinamento e valorização
da profissão, os críticos dizem
que há tentativas de controle
governamental sobre o trabalho jornalístico. "É uma tentativa clara de cerceamento da liberdade de imprensa", discursou ontem no plenário da Câmara o deputado Pauderney
Avelino (PFL-AM).
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), disse que
não conhece o projeto, mas
que, quando era presidente da
República, e agora, no Senado,
sempre defendeu a liberdade
de imprensa.
"Excessos todos nós cometemos. A imprensa pode cometer
excessos, mesmo porque até os
excessos que a imprensa comete, o tempo consegue corrigir",
afirmou Sarney.
O presidente da Comissão de
Constituição e Justiça, segundo
passo do projeto na Câmara, vê
um "amadurecimento da profissão". Com a ressalva de que
defenderá amplo debate sobre
o tema, Maurício Rands diz
que a sociedade saíra ganhando. "Como conseqüência da
existência de conselhos, qualquer profissão se torna mais
responsável perante à sociedade, que fica mais protegida",
afirmou o deputado, que já advogou para vários conselhos e é
ex-vice-presidente e ex-conselheiro federal da Ordem dos
Advogados do Brasil.
(RANIER BRAGON)
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