|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Política domina debate em encontro da igreja
DA AGÊNCIA FOLHA, EM INDAIATUBA
Os debates sobre a crise política
dominaram ontem o primeiro dia
da 43ª Assembléia Geral da CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil), em Indaiatuba (SP), e
dividiram as opiniões entre os
bispos. Enquanto alguns faziam
críticas contundentes ao governo,
outros diziam que a crise não deveria ser agravada.
O bispo de Jundiaí (36 km de
São Paulo), d. Amaury Castanho,
77, disse que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva precisa "falar
menos e governar mais".
"Espero que, pelo menos, haja
um fim de governo sério e que o
Lula viaje menos, fale menos e governe mais", disse o bispo, que é
considerado da ala mais conservadora da CNBB e é professor de
teologia e filosofia.
Para o arcebispo de São Paulo,
d. Cláudio Hummes, 71, a declaração a ser elaborada pelos bispos
sobre a conjuntura atual do país
deve ser feita com "carinho" e
"atenção" para não agravar ainda
mais a crise. "Não está na hora de
sacudir porque o povo está desorientado", disse o arcebispo.
Já o bispo de Lages (SC), d. Oneres Marchiori, 72, disse que um
dos erros do presidente Lula foi
"confiar demais em sua equipe".
"Se eu tivesse de dar um conselho
ao presidente, diria para que ele
veja quem está ao seu redor e não
tenha medo de mudar", disse.
Para ele, o país vive um momento de "purgatório". "Vivemos um
momento de purgatório, no sentido de purificar todas as mazelas,
que não são novas, são antigas",
disse o bispo.
O bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, d. Dimas Lara Barbosa, disse que o presidente Lula -assim
como a população brasileira-
passa por um "processo de perplexidade".
(MS)
Texto Anterior: Íntegra: "Crise me entristece, mas não abate meu ânimo" Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/O presidente: Okamotto diz ter pago dívida de Lula com PT Índice
|