São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 2005

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Política domina debate em encontro da igreja

DA AGÊNCIA FOLHA, EM INDAIATUBA

Os debates sobre a crise política dominaram ontem o primeiro dia da 43ª Assembléia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em Indaiatuba (SP), e dividiram as opiniões entre os bispos. Enquanto alguns faziam críticas contundentes ao governo, outros diziam que a crise não deveria ser agravada.
O bispo de Jundiaí (36 km de São Paulo), d. Amaury Castanho, 77, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa "falar menos e governar mais".
"Espero que, pelo menos, haja um fim de governo sério e que o Lula viaje menos, fale menos e governe mais", disse o bispo, que é considerado da ala mais conservadora da CNBB e é professor de teologia e filosofia.
Para o arcebispo de São Paulo, d. Cláudio Hummes, 71, a declaração a ser elaborada pelos bispos sobre a conjuntura atual do país deve ser feita com "carinho" e "atenção" para não agravar ainda mais a crise. "Não está na hora de sacudir porque o povo está desorientado", disse o arcebispo.
Já o bispo de Lages (SC), d. Oneres Marchiori, 72, disse que um dos erros do presidente Lula foi "confiar demais em sua equipe". "Se eu tivesse de dar um conselho ao presidente, diria para que ele veja quem está ao seu redor e não tenha medo de mudar", disse.
Para ele, o país vive um momento de "purgatório". "Vivemos um momento de purgatório, no sentido de purificar todas as mazelas, que não são novas, são antigas", disse o bispo.
O bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, d. Dimas Lara Barbosa, disse que o presidente Lula -assim como a população brasileira- passa por um "processo de perplexidade". (MS)


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