São Paulo, Domingo, 10 de Outubro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Telmo pode revelar fatos, diz advogado

da Sucursal do Rio

Temílson Resende, o Telmo, nega guardar uma ordem de serviço da SSI (Subsecretaria de Inteligência), mas seu advogado, Carlos Kenigsberg, admite que ele poderá apresentar novidades no desenrolar do caso.
De acordo com Kenigsberg, Telmo, contou tudo o que sabia sobre o grampo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) durante o depoimento prestado à Justiça Federal, no final de setembro.
Isso não impedirá, na análise do advogado, que Telmo venha a revelar novos fatos.
"Uma pessoa magoada, da forma como Telmo está magoado, com as pessoas e com o próprio serviço... Não sei se amanhã ele, em um rompante, possa vir a mencionar alguma coisa do serviço", disse Kenigsberg. Telmo é o principal suspeito no caso.

Investigação
O advogado afirmou que Telmo, ao saber que conversas de autoridades do governo tinham sido alvo de escutas telefônicas clandestinas, chegou a investigar o caso dentro da sede da SSI no Rio.
"Ele não conseguiu apurar nada. Só boatos. Ele não recebeu a ordem, mas outros agentes podem ter recebido. No serviço dele, é comum um agente guardar segredo de suas missões", disse Kenigsberg à Folha.
A existência de ordens de serviço escritas com determinações das chefias foi confirmada por Telmo, que, por intermédio do advogado, disse não saber se no caso do BNDES há um documento do tipo.
Telmo nega qualquer envolvimento com a operação do grampo. Ele disse acreditar que foi acusado pelo ex-agente federal Célio Rocha para que este se beneficiasse no processo a que responde na Justiça por suposta prática de extorsão. (RS e ST)


Texto Anterior: Segredos do poder: Polícia crê que a ordem para o grampo foi escrita
Próximo Texto: Relações exteriores: Livro de Lampreia supera "diplomatês"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.