DA SUCURSAL DO RIO

O candidato da Frente Trabalhista, Jackson Lago (PDT), indicou ontem que vai recorrer ao TSE para tentar garantir a realização de um segundo turno. Ele falou à Folha após a recomendação da comissão apuradora do TRE de que os votos de Murad fossem validados -e antes da decisão do tribunal em contrário. (EL)

Folha - A comissão apuradora do TRE reuniu-se pela manhã e recomendou que os votos de Murad sejam válidos. Como o senhor recebeu essa reviravolta?
Jackson Lago - O Tribunal Regional Eleitoral, ao contrário do TSE, havia considerado Ricardo Murad elegível, por quatro votos a um, e, na véspera da eleição, reafirmou este fato em nota oficial. Logo, a comissão apuradora tomou uma decisão coerente.

Folha - A decisão do TSE de que Murad é inelegível não esgota a discussão no Maranhão?
Lago - Não, porque o TSE repassou para o TRE a decisão da validade ou não dos votos obtidos por Murad. O TSE disse que Murad é inelegível, mas não que seus votos não são válidos.

Folha - Murad teve sua candidatura autorizada pelo TRE do Maranhão por ele ser oposição à família Sarney e ao atual governador. Mas, se os votos delem forem anulados, José Reinaldo Tavares será beneficiado. Não é uma contradição?
Lago - O problema não é mais de elegibilidade, mas de respeito aos cidadãos que votaram nele, porque o TRE garantiu que a candidatura era válida. É preciso respeitar a vontade popular.

Folha - Se os votos de Murad forem anulados, a Frente Trabalhista vai recorrer ao TSE?
Lago - Vamos recorrer ao TSE dentro da perspectiva de respeito à escolha do cidadão. O voto é a mais elevada instância da manifestação democrática. É preciso manter os votos dos cidadãos que foram às urnas acreditando na nota oficial do TRE.


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