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São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

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PODERES

Presidente da Câmara afirma que Legislativo é o Poder mais transparente

João Paulo volta a criticar a imprensa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), criticou ontem, pela quinta vez neste ano, a atuação da imprensa. Ele também afirmou que o Legislativo é o Poder mais "transparente" da República e o "mais fácil de se jogar pedra".
"Esse seminário terá pouquíssima repercussão na imprensa porque é propositivo, está à frente dos acontecimentos. Quando é assim, dificilmente tem repercussão. Se fosse qualquer suspeita, qualquer denúncia, um exercício de pirotecnia, certamente teria uma cobertura e um destaque grande", afirmou ele, na abertura do 1º Encontro Nacional Sobre Ética e Decoro Parlamentar.
Depois, João Paulo atenuou as críticas. "É inegável que nos últimos anos a ação política no Brasil melhorou. Isso só aconteceu por combinação de uma imprensa independente e pela ação de um grupo de parlamentares, fazendo com que vários problemas na ação parlamentar tomassem destaque e relevo", disse.
Durante seu discurso, o deputado defendeu o Legislativo. "Ele [o Parlamento] é efetivamente, e não tenho nenhum receio de afirmar, o Poder mais transparente que existe na República. É para cá que as pessoas mais olham e também é o Poder mais fácil de se jogar pedra, o mais fácil de criticar, porque, como fica uma crítica mais ou menos difusa, não tem objetivo, o Parlamento é o mais fácil de receber crítica", afirmou.

Documentos
Questionado por que recorreu de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) a favor da Folha, determinando a liberação dos comprovantes de uso das verbas indenizatórias pelos deputados, João Paulo afirmou que "sob esse pretexto [da transparência] não posso cometer injustiças".
O presidente alega que a liberação dos documentos significaria, consequentemente, a quebra do sigilo telefônico dos deputados. As verbas indenizatórias são gastas com escritórios nos Estados, contratações de consultorias e assessorias técnicas. Cada parlamentar pode ser reembolsado em até R$ 12 mil por mês.


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