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PODERES
Presidente da Câmara afirma que Legislativo é o Poder mais transparente
João Paulo volta a criticar a imprensa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara dos
Deputados, João Paulo Cunha
(PT-SP), criticou ontem, pela
quinta vez neste ano, a atuação da
imprensa. Ele também afirmou
que o Legislativo é o Poder mais
"transparente" da República e o
"mais fácil de se jogar pedra".
"Esse seminário terá pouquíssima repercussão na imprensa porque é propositivo, está à frente
dos acontecimentos. Quando é
assim, dificilmente tem repercussão. Se fosse qualquer suspeita,
qualquer denúncia, um exercício
de pirotecnia, certamente teria
uma cobertura e um destaque
grande", afirmou ele, na abertura
do 1º Encontro Nacional Sobre
Ética e Decoro Parlamentar.
Depois, João Paulo atenuou as
críticas. "É inegável que nos últimos anos a ação política no Brasil
melhorou. Isso só aconteceu por
combinação de uma imprensa independente e pela ação de um
grupo de parlamentares, fazendo
com que vários problemas na
ação parlamentar tomassem destaque e relevo", disse.
Durante seu discurso, o deputado defendeu o Legislativo. "Ele [o
Parlamento] é efetivamente, e não
tenho nenhum receio de afirmar,
o Poder mais transparente que
existe na República. É para cá que
as pessoas mais olham e também
é o Poder mais fácil de se jogar pedra, o mais fácil de criticar, porque, como fica uma crítica mais
ou menos difusa, não tem objetivo, o Parlamento é o mais fácil de
receber crítica", afirmou.
Documentos
Questionado por que recorreu
de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) a favor da Folha,
determinando a liberação dos
comprovantes de uso das verbas
indenizatórias pelos deputados,
João Paulo afirmou que "sob esse
pretexto [da transparência] não
posso cometer injustiças".
O presidente alega que a liberação dos documentos significaria,
consequentemente, a quebra do
sigilo telefônico dos deputados.
As verbas indenizatórias são gastas com escritórios nos Estados,
contratações de consultorias e assessorias técnicas. Cada parlamentar pode ser reembolsado em
até R$ 12 mil por mês.
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