RICARDO WESTIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Desde que tomou posse, Luiz Inácio Lula da Silva vem recebendo, em média, cerca de mil cartas por dia, de todos os cantos do país. Basta escrever no envelope "Presidente Lula" que a carta chega ao Planalto.
"Nunca vi nada parecido", diz o responsável pelo Departamento de Documentação Histórica da Presidência, Claudio Soares Rocha, que há 15 anos cuida dessa correspondência. Lula não recebe só pedidos: o depósito no subsolo do Planalto está lotado de presentes.
Entre eles estão duas pinturas a óleo que retratam o presidente, um macacão de operário, camisetas com mensagens de apoio, uma tigela de prata, uma caixa de sabonetes, imagens religiosas e uma velha bandeira vermelha com o nome de Lula.
Um dos 60 livros recebidos, "Cure seu Corpo", mostra preocupação com a bursite que aflige o presidente. "Fiquei sensibilizada ao ver pela televisão Vossa Excelência levando a mão ao ombro durante a cerimônia de posse", diz a carta de uma mulher que mandou um frasco com um líquido vermelho para Lula passar no ombro.
Os pedidos são vários, desde gente querendo ajuda para pagar a casa até quem só deseja dar um abraço em Lula. Numa carta com estrelas do PT desenhadas com lápis de cor, uma menina de 9 anos pede a construção de hospitais e escolas: "Responda a minha carta!", diz. Para não deixar ninguém sem resposta, uma equipe de 20 pessoas lê, arquiva e responde todas as cartas. Até agora só conseguiram ler 2.000 delas.


Texto Anterior: Presidência editou oito anos de discursos
Próximo Texto: Governo: D. Mauro vê disputa de poder no Fome Zero
Índice