|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Garibaldi diz que vai à Justiça por Rondônia
Presidente do Senado afirma que pretende fazer valer projeto de resolução da Casa que suspendeu pagamento de dívida
Governo reteve R$ 10,3 mi que deveriam ser passados a RO; caso não haja mudança, governador Ivo Cassol
poderá decretar moratória
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Irritado com o Ministério da
Fazenda, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse ontem que vai entrar
na Justiça para fazer valer o
projeto de resolução do Senado
que suspendeu o pagamento da
dívida do Beron (Banco do Estado de Rondônia) com a
União. "Ninguém pode tripudiar sobre o Senado. Estou defendendo um princípio", disse.
O presidente do Senado foi
insuflado pelo senadores Expedito Júnior (PR-RO) e Arthur
Virgílio (AM), líder do PSDB na
Casa. Os dois procuraram Garibaldi na manhã de ontem com
uma cópia do comprovante de
retenção dos R$ 10,3 milhões
que deveriam ter sido repassados pela União ao governo de
Rondônia como parte dos recursos do FPE (Fundo de Participação dos Estados) do mês. O
Ministério da Fazenda não comentou o caso. O ministro Guido Mantega está em férias.
Em dezembro do ano passado, o Senado aprovou um projeto de resolução que estabeleceu a suspensão temporária da
cobrança de dívida do governo
de Rondônia com a União - no
valor total de R$ 5 bilhões e
com pagamentos mensais de
R$ 12 milhões - referentes à liquidação do Beron. À época, a
decisão significou uma derrota
para o governo federal.
Informado que o governo iria
reter o dinheiro, descumprindo
a resolução do Senado, o governador Ivo Cassol (sem partido)
reafirmou sua ameaça de declarar moratória, mas mudou de
idéia depois que Expedito Júnior pediu ajuda à cúpula do
PSDB para fazer o Senado
questionar a medida do governo federal na Justiça.
O Senado deverá, provavelmente, entrar hoje com um
mandado de segurança, com
pedido de liminar, junto ao STF
(Supremo Tribunal Federal).
"Determinei que advocacia do
Senado cuidasse do assunto. A
soberania do Senado precisa
ser reconhecida. Ninguém pode passar por cima desta Casa",
disse Garibaldi.
Os procuradores do governo
de Rondônia estudam entrar
com ação cautelar no STF alegando que parte da dívida, hoje
avaliada em cerca de R$ 600
milhões, foi contraída na época
em que o Beron foi administrado pelo Banco Central. Caso
nenhuma das alternativas surta efeito, o governador diz estar
decidido a decretar moratória.
Texto Anterior: Processos da Condor vão continuar, diz procurador Próximo Texto: Juiz proíbe mídia de citar agressores de prostituta Índice
|