São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

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Presidente afirma ser "doidinho" por improviso

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu ontem manter-se fiel apenas ao discurso escrito pela Presidência. "Tenho umas páginas para ler, aqui, e estou doidinho para fazer um improviso. Lendo, serei mais racional, não lendo, serei mais emocional. E vou ler, para não colocar todas as minhas emoções para fora pelo que vi aqui", disse.
No entanto, antes de ler o discurso, falou por cerca de meia hora, fez piadas e se disse "realizado como ser humano". Mas cometeu contradições e equívocos.
Primeiro, disse que era mais fácil acabar com a fome do que fazer uma guerra. Em seguida, afirmou que, "se fosse fácil, outros já teriam resolvido". E errou ao apontar o Brasil como uma das dez maiores economias do mundo.
Desde 2001, o país está fora da lista das dez maiores economias e deve fechar 2003 na 15ª posição.
Anteontem, em evento na fábrica da Embraer, em São José dos Campos (SP), Lula leu um texto breve e telegráfico, evitando fugir do script preparado pelo Planalto.
Ontem, quando passou a ler o texto, o presidente abandonou o tom informal. Lula citou o Getúlio Vargas, ditador e depois presidente (1930-1945; 1951-1954), o presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) e o economista Celso Furtado para afirmar que o país nunca seria uma "nação de verdade se continuasse emparedado entre o cafezal e a senzala". (JAB)

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