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Presidente afirma ser "doidinho" por improviso
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva não conseguiu ontem
manter-se fiel apenas ao discurso
escrito pela Presidência. "Tenho
umas páginas para ler, aqui, e estou doidinho para fazer um improviso. Lendo, serei mais racional, não lendo, serei mais emocional. E vou ler, para não colocar todas as minhas emoções para fora
pelo que vi aqui", disse.
No entanto, antes de ler o discurso, falou por cerca de meia hora, fez piadas e se disse "realizado
como ser humano". Mas cometeu
contradições e equívocos.
Primeiro, disse que era mais fácil acabar com a fome do que fazer
uma guerra. Em seguida, afirmou
que, "se fosse fácil, outros já teriam resolvido". E errou ao apontar o Brasil como uma das dez
maiores economias do mundo.
Desde 2001, o país está fora da
lista das dez maiores economias e
deve fechar 2003 na 15ª posição.
Anteontem, em evento na fábrica da Embraer, em São José dos
Campos (SP), Lula leu um texto
breve e telegráfico, evitando fugir
do script preparado pelo Planalto.
Ontem, quando passou a ler o
texto, o presidente abandonou o
tom informal. Lula citou o Getúlio
Vargas, ditador e depois presidente (1930-1945; 1951-1954), o
presidente Juscelino Kubitschek
(1956-1961) e o economista Celso
Furtado para afirmar que o país
nunca seria uma "nação de verdade se continuasse emparedado
entre o cafezal e a senzala".
(JAB)
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