São Paulo, domingo, 11 de abril de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CEM DIAS
O governador mineiro gastou esse período em confrontos com a União
Itamar declara moratória e tenta cortar as despesas

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), passou os cem primeiros dias do seu governo em confronto com a União e debruçado sobre as contas do Estado para sobreviver à crise de caixa -que se agravou com os R$ 180 milhões bloqueados pelo governo federal em razão da moratória.
A ordem de Itamar para todos os secretários é reduzir as despesas para fazer funcionar o essencial na administração e pagar fornecedores e servidores públicos.
Os cortes servem apenas para que os serviços básicos sejam mantidos, já que a capacidade de investimento é praticamente zero e a de pagamento, reduzida.
Quase todas as promessas de campanha de Itamar continuam no projeto. Foram poucas as realizações, até porque, segundo os secretários de Itamar, se não arrumarem a casa agora, a situação tende a se prolongar.
Algumas promessas foram cumpridas ou encaminhadas. A mais polêmica diz respeito ao projeto enviado à Assembléia Legislativa que anistia os 185 PMs expulsos em 1997 por terem realizado uma greve por melhores salários.
Os oficiais consideraram um prêmio à insubordinação, já que Itamar pretende reintegrar os grevistas e imediatamente colocá-los na reserva, com salários integrais.
Outro compromisso era investigar a venda de 32,96% das ações ordinárias (com direito a voto) da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). Os deputados governistas -56 dos 77 parlamentares- aprovaram uma CPI e investigam as consequências.
Itamar encaminhou também duas promessas de cunho social.
No último dia 22, decretou a implantação da Bolsa Familiar para a Educação, a partir do segundo semestre. Pelo projeto, famílias com renda de até R$ 130 receberão um salário mínimo para manter as crianças na escola.
Outra promessa cumprida foi a criação, também por decreto, do Conselho de Segurança Alimentar, que definirá políticas para a questão da fome em Minas Gerais.
O Orçamento Participativo, também prometido, está sendo discutido em uma subsecretaria específica e, segundo Costa, deverá estar implantado no próximo ano.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.