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CEM DIAS
O governador mineiro gastou esse período em confrontos com a União
Itamar declara moratória e tenta cortar as despesas
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O governador de Minas Gerais,
Itamar Franco (PMDB), passou os
cem primeiros dias do seu governo
em confronto com a União e debruçado sobre as contas do Estado
para sobreviver à crise de caixa
-que se agravou com os R$ 180
milhões bloqueados pelo governo
federal em razão da moratória.
A ordem de Itamar para todos os
secretários é reduzir as despesas
para fazer funcionar o essencial na
administração e pagar fornecedores e servidores públicos.
Os cortes servem apenas para
que os serviços básicos sejam mantidos, já que a capacidade de investimento é praticamente zero e a de
pagamento, reduzida.
Quase todas as promessas de
campanha de Itamar continuam
no projeto. Foram poucas as realizações, até porque, segundo os secretários de Itamar, se não arrumarem a casa agora, a situação
tende a se prolongar.
Algumas promessas foram cumpridas ou encaminhadas. A mais
polêmica diz respeito ao projeto
enviado à Assembléia Legislativa
que anistia os 185 PMs expulsos
em 1997 por terem realizado uma
greve por melhores salários.
Os oficiais consideraram um
prêmio à insubordinação, já que
Itamar pretende reintegrar os grevistas e imediatamente colocá-los
na reserva, com salários integrais.
Outro compromisso era investigar a venda de 32,96% das ações
ordinárias (com direito a voto) da
Cemig (Companhia Energética de
Minas Gerais). Os deputados governistas -56 dos 77 parlamentares- aprovaram uma CPI e investigam as consequências.
Itamar encaminhou também
duas promessas de cunho social.
No último dia 22, decretou a implantação da Bolsa Familiar para a
Educação, a partir do segundo semestre. Pelo projeto, famílias com
renda de até R$ 130 receberão um
salário mínimo para manter as
crianças na escola.
Outra promessa cumprida foi a
criação, também por decreto, do
Conselho de Segurança Alimentar,
que definirá políticas para a questão da fome em Minas Gerais.
O Orçamento Participativo, também prometido, está sendo discutido em uma subsecretaria específica e, segundo Costa, deverá estar
implantado no próximo ano.
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