São Paulo, domingo, 11 de abril de 1999

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Governo de PE criticou antecessor

da Agência Folha, em Recife

O governo de Pernambuco transformou a solenidade dos cem primeiros dias da atual administração em palco para apresentação de série de denúncias contra o ex-governador Miguel Arraes (PSB).
Balanço divulgado pela comissão de reforma do Estado dedica oito de suas dez páginas para detalhar acusações de irregularidades contra a administração anterior. Nas duas páginas finais, explica as providências adotadas até agora.
O governo Arraes é acusado de superfaturar contratos de aluguéis e obras, compra merenda escolar e de desviar recursos.
O ex-governador também é responsabilizado por "elevar a dívida do Estado, de R$ 981 milhões para R$ 3,27 bilhões", e de pagar, de "forma irregular", R$ 3 milhões a hospitais, "inclusive com falsificação de assinaturas".
As acusações, afirmou o vice-governador, José Mendonça Filho (PFL), "ajudam a entender" a opção de priorizar a contenção de despesas nesse início de governo.
O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) cortou 2.000 cargos comissionados, reduziu em 25% os gastos com prestação de serviços e aumentou a alíquota da previdência estadual paga pelos servidores.
O funcionalismo reclama das medidas e ameaça decretar greve geral. Várias manifestações públicas já foram realizadas. Cerca de 60% dos servidores ainda não receberam o salário de dezembro.
Arraes afirmou que desconhece o "teor exato" das denúncias, mas que não acredita nas acusações. Para ele, os ataques "têm caráter meramente político".
"Espero que o governo atual venha a público para mostrar o que fez e não para fazer chafurdação política", declarou. (FÁBIO GUIBU)



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