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CHOQUE ENTRE PODERES
Tuma, cotado para presidir comissão, recebeu R$ 832 mil
Mercado financeiro doou
R$ 1,3 mi a membros da CPI
O senador Romeu Tuma (PFL-SP), cotado para ser o presidente da CPI
LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília
Instituições financeiras fizeram doações no
valor total de R$
1,33 milhão a
quatro senadores que integram a CPI dos
Bancos. O senador Romeu Tuma
(PFL-SP), que está cotado para ser
o presidente da comissão, recebeu
o equivalente a R$ 832 mil na eleição de 1994.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
que inicialmente resistiu à criação
da CPI, teve toda a sua campanha
eleitoral custeada por instituições
financeiras em 1994.
ACM recebeu doações equivalentes a R$ 355 mil dos bancos,
sendo R$ 132 mil do Econômico,
R$ 98 mil do Real e R$ 94 mil do
Itaú. Recebeu mais R$ 31 mil da
Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
O senador acabou assinando o requerimento que criou a CPI.
O senador Jader Barbalho
(PMDB-PA), que propôs a criação
da CPI, recebeu o equivalente a R$
232 mil do grupo BMC (banco, seguradora, distribuidora, promotora de negócios e leasing) na eleição
de 1994.
Nas eleições para o governo do
Pará, no ano passado, não recebeu
doações de bancos. Ele declarou
contribuições no valor de R$ 512
mil, sendo R$ 400 mil da Companhia Vale do Rio Doce.
A CPI será instalada na próxima
quarta-feira. O PMDB e o PFL estão tendo dificuldades para indicar
os cargos a que têm direito, relator
e presidente, respectivamente.
Os senadores do PMDB indicados para a CPI resistem em aceitar
a função de relator. O PFL ofereceu
o cargo de presidente para o PSDB,
que o recusou.
Barbalho propôs a criação da
CPI, mas rejeitou a ampliação da
investigação no Congresso, com a
formação de uma CPI mista de deputados e senadores.
O senador Fernando Bezerra
(PMDB-RN), um dos membros da
CPI, recebeu R$ 250 mil de instituições financeiras nas eleições do
ano passado. Isso representa 25%
do total das suas doações. Foram
R$ 200 mil do Itaú e R$ 50 mil do
Unibanco.
Nas eleições de 1994, o senador
Lúcio Alcântara (PSDB-CE) recebeu o equivalente a R$ 260 mil,
sendo R$ 104 mil do Itaú, R$ 78 mil
do Econômico e R$ 47 mil do Unibanco. As doações dos bancos cobriram 12% da sua campanha.
²
Tuma
No caso de Tuma, as doações de
instituições financeiras cobriram
27,7% dos custos da sua campanha. O maior doador foi o Itaú,
com R$ 479 mil, seguido da Bradesco Seguros, com R$ 69 mil. As
doações das eleições de 1994 foram
atualizadas pelo valor da Ufir.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) declarou doações no valor de
apenas R$ 25 mil. A Bolsa de Valores de São Paulo doou R$ 10 mil, e a
Bolsa de Mercadorias & Futuros
ajudou com mais R$ 10 mil.
A Bolsa de Mercadorias & Futuros, cujas operações serão investigadas, também contribuiu com R$
25 mil para a campanha de Tuma.
A Bolsa de Valores de São Paulo
deu mais R$ 25 mil para o senador
paulista.
²
Pequenas doações
Os outros sete membros da CPI
dos Bancos não receberam doações de instituições financeiras. O
comitê do senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO) e dos demais candidatos do PFL de Tocantins recebeu doações no valor de
R$ 7,39 milhões. Desse total, R$
7,38 milhões foram doados por
empreiteiras. A maior doadora foi
a Andrade Gutierrez, com R$ 3,42
milhões, seguida da Norberto
Odebrecht, com R$ 2,42 milhões.
O senador José Alencar (PMDB-MG) recebeu doações no valor de
R$ 3,91 milhões, sendo que R$ 3,86
milhões foram doados por ele
mesmo. Recebeu mais R$ 50 mil da
Companhia Brasileira de Metal e
Mineração.
As doações para o senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) partiram principalmente de empresas
que têm interesses na Zona Franca
de Manaus, como a Brastemp da
Amazônia (R$ 40 mil), a Gradiente
(R$ 60 mil) e a Semp Toshiba (R$
20 mil).
O senador Bello Parga (PFL-MA)
era suplente do candidato ao Senado Alexandre Costa (PFL-MA) na
eleição de 1994. Costa recebeu doações equivalentes a R$ 385 mil.
Não recebeu ajuda de bancos.
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