São Paulo, domingo, 11 de abril de 1999

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FonteCindam teve créditos privados

da Reportagem Local

Mais de um banco privado deu crédito ao banco FonteCindam nos dias 13 e 14 de janeiro para que ele pudesse operar no mercado futuro comprando dólares vendidos pelo Banco Central.
Até então, o comentário que corria no mercado financeiro era o de que tanto o FonteCindam quando o Marka não tinham obtido linhas de financiamento no mercado, pois havia forte boataria de que as duas instituições enfrentavam dificuldades financeiras após a desvalorização de 8,26% do real no dia 13 de janeiro.
Segundo a Folha apurou, entretanto, mais de uma instituição financeira, todas elas de grande porte e com sede em São Paulo, financiaram o FonteCindam naquele momento.
A explicação para que o FonteCindam tivesse financiamento privado em um momento de extremo nervosismo, em que o mercado desconfiava até do risco de crédito dos títulos públicos federais, teria sido uma garantia informal dada pelo BC a esses bancos de que o Fonte não quebraria. Afinal, o BC já estava montando a operação para salvá-lo.
O FonteCindam tinha cerca de 4.000 contratos de venda de dólar futuro em aberto na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) quando o governo alterou a política cambial.
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Emergência Diante da sua incapacidade de honrar esses contratos com o novo preço do dólar, o BC realizou uma operação de emergência para que o FonteCindam pudesse "zerar" suas posições, ou seja, sair desse mercado.
Para isso, era preciso que o FonteCindam comprasse na Bolsa a mesma quantidade de contratos que havia vendido.
Além de alguém disposto a vender dólar futuro naquele momento a R$ 1,32 -no mercado de balcão a cotação já batia em R$ 1,55- era preciso que o FonteCindam tivesse títulos públicos ou reais para cumprir as exigências de garantias feitas pela Bolsa em todas as operações. O que foi solucionado pelos empréstimos obtidos com bancos privados.
(VANESSA ADACHI)



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