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FonteCindam teve
créditos privados
da Reportagem Local
Mais de um banco privado deu
crédito ao banco FonteCindam
nos dias 13 e 14 de janeiro para que
ele pudesse operar no mercado futuro comprando dólares vendidos
pelo Banco Central.
Até então, o comentário que corria no mercado financeiro era o de
que tanto o FonteCindam quando
o Marka não tinham obtido linhas
de financiamento no mercado,
pois havia forte boataria de que as
duas instituições enfrentavam dificuldades financeiras após a desvalorização de 8,26% do real no dia
13 de janeiro.
Segundo a Folha apurou, entretanto, mais de uma instituição financeira, todas elas de grande porte e com sede em São Paulo, financiaram o FonteCindam naquele
momento.
A explicação para que o FonteCindam tivesse financiamento privado em um momento de extremo
nervosismo, em que o mercado
desconfiava até do risco de crédito
dos títulos públicos federais, teria
sido uma garantia informal dada
pelo BC a esses bancos de que o
Fonte não quebraria. Afinal, o BC
já estava montando a operação para salvá-lo.
O FonteCindam tinha cerca de
4.000 contratos de venda de dólar
futuro em aberto na BM&F (Bolsa
de Mercadorias e Futuros) quando
o governo alterou a política cambial.
²
Emergência
Diante da sua incapacidade de
honrar esses contratos com o novo
preço do dólar, o BC realizou uma
operação de emergência para que
o FonteCindam pudesse "zerar"
suas posições, ou seja, sair desse
mercado.
Para isso, era preciso que o FonteCindam comprasse na Bolsa a
mesma quantidade de contratos
que havia vendido.
Além de alguém disposto a vender dólar futuro naquele momento
a R$ 1,32 -no mercado de balcão a
cotação já batia em R$ 1,55- era
preciso que o FonteCindam tivesse
títulos públicos ou reais para cumprir as exigências de garantias feitas pela Bolsa em todas as operações. O que foi solucionado pelos
empréstimos obtidos com bancos
privados.
(VANESSA ADACHI)
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