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OUTRO LADO
Senadores dizem que manterão independência
WILSON SILVEIRA
da Sucursal de Brasília
Os senadores Fernando Bezerra (PMDB-RN) e Eduardo Suplicy (PT-SP) disseram que atuarão com total independência na
CPI dos Bancos, apesar de terem
recebido doações de instituições
financeiras destinadas à campanha eleitoral.
Fernando Bezerra, que é presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), disse que o
fato de receber esse tipo de contribuição não é inusitado, já que
é ligado à iniciativa privada.
Lembrou que as doações se enquadram na legislação eleitoral e
afirmou que, se isso limitasse sua
atuação parlamentar, não teria
aceitado a indicação feita pelo líder do seu partido no Senado, Jader Barbalho (PA).
Suplicy afirmou que vai agir, na
CPI, com a maior isenção e o
maior rigor possíveis. Ele disse
que já está preparando um requerimento de convocação do
presidente da Bolsa de Mercadorias & Futuros, Manuel Felix
Cintra Neto. A BM&F doou R$
10 mil para a campanha de Suplicy.
"A Bovespa e a BM&F fizeram
doações à minha campanha porque consideram meu trabalho
sério", afirmou.
Ele argumentou também que
sua campanha custou R$ 380 mil,
conforme a prestação de contas
do PT. "Isso é muitíssimo menos
do que gastaram muitos candidatos a deputado estadual e federal e principalmente a senador",
afirmou.
Suplicy argumentou também
que sua atuação parlamentar é
marcada por iniciativas de interesse popular, como a apresentação de projeto que institui a renda mínima para pessoas carentes
(ainda não aprovado), a autoria
dos requerimentos de convocação das CPIs do esquema PC e do
Orçamento e participação na CPI
dos Precatórios.
O senador afirmou ainda que a
prestação de contas de sua campanha, incluindo as doações da
BM&F e da Bovespa, foi divulgada, "com a maior transparência
possível", depois da eleição.
A Folha tentou, sem sucesso,
ouvir os senadores Romeu Tuma
(PFL-SP) e Lúcio Alcântara
(PSDB-CE), além do presidente
do Senado, Antonio Carlos Magalhães.
No caso de Tuma, a Folha entrou em contato com a assessora
Eunice, que trabalha em seu gabinete, em Brasília, e com seu assessor de imprensa em São Paulo, Antônio Aggio.
Eles foram informados do conteúdo da reportagem e afirmaram que transmitiriam as informações na primeira oportunidade ao senador Tuma, que estava
em uma reunião no Palácio do
Planalto.
Eles não deram resposta até a
noite de sexta-feira, e o senador
não deu entrevista depois da reunião no Planalto.
O senador Lúcio Alcântara, segundo sua assessoria de imprensa, não poderia dar entrevista
por causa da morte do seu sogro,
na sexta-feira.
O senador Antonio Carlos Magalhães foi procurado por sua assessoria em Porto Seguro (BA),
onde se encontrava na sexta-feira, e não foi encontrado.
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