São Paulo, domingo, 11 de abril de 1999

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OUTRO LADO
Senadores dizem que manterão independência

WILSON SILVEIRA
da Sucursal de Brasília

Os senadores Fernando Bezerra (PMDB-RN) e Eduardo Suplicy (PT-SP) disseram que atuarão com total independência na CPI dos Bancos, apesar de terem recebido doações de instituições financeiras destinadas à campanha eleitoral.
Fernando Bezerra, que é presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), disse que o fato de receber esse tipo de contribuição não é inusitado, já que é ligado à iniciativa privada.
Lembrou que as doações se enquadram na legislação eleitoral e afirmou que, se isso limitasse sua atuação parlamentar, não teria aceitado a indicação feita pelo líder do seu partido no Senado, Jader Barbalho (PA).
Suplicy afirmou que vai agir, na CPI, com a maior isenção e o maior rigor possíveis. Ele disse que já está preparando um requerimento de convocação do presidente da Bolsa de Mercadorias & Futuros, Manuel Felix Cintra Neto. A BM&F doou R$ 10 mil para a campanha de Suplicy.
"A Bovespa e a BM&F fizeram doações à minha campanha porque consideram meu trabalho sério", afirmou.
Ele argumentou também que sua campanha custou R$ 380 mil, conforme a prestação de contas do PT. "Isso é muitíssimo menos do que gastaram muitos candidatos a deputado estadual e federal e principalmente a senador", afirmou.
Suplicy argumentou também que sua atuação parlamentar é marcada por iniciativas de interesse popular, como a apresentação de projeto que institui a renda mínima para pessoas carentes (ainda não aprovado), a autoria dos requerimentos de convocação das CPIs do esquema PC e do Orçamento e participação na CPI dos Precatórios.
O senador afirmou ainda que a prestação de contas de sua campanha, incluindo as doações da BM&F e da Bovespa, foi divulgada, "com a maior transparência possível", depois da eleição.
A Folha tentou, sem sucesso, ouvir os senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Lúcio Alcântara (PSDB-CE), além do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães.
No caso de Tuma, a Folha entrou em contato com a assessora Eunice, que trabalha em seu gabinete, em Brasília, e com seu assessor de imprensa em São Paulo, Antônio Aggio.
Eles foram informados do conteúdo da reportagem e afirmaram que transmitiriam as informações na primeira oportunidade ao senador Tuma, que estava em uma reunião no Palácio do Planalto.
Eles não deram resposta até a noite de sexta-feira, e o senador não deu entrevista depois da reunião no Planalto.
O senador Lúcio Alcântara, segundo sua assessoria de imprensa, não poderia dar entrevista por causa da morte do seu sogro, na sexta-feira.
O senador Antonio Carlos Magalhães foi procurado por sua assessoria em Porto Seguro (BA), onde se encontrava na sexta-feira, e não foi encontrado.



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