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DIPLOMACIA
Para Annan gesto não é apoio
Secretário da ONU
nega visita eleitoral
ALESSANDRA BLANCO
de Nova York
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas),
Kofi Annan, que chega hoje ao
Brasil, afirmou ontem em Nova
York que sua visita não deve ser
encarada como um gesto de apoio
político ao presidente Fernando
Henrique Cardoso.
"Não vou me envolver em política interna. As eleições são daqui
a alguns meses, obviamente vou
ver o presidente e alguns governadores, mas estou aberto a encontrar líderes da oposição. Estou
aberto a qualquer pedido", disse.
Annan negou que sua viagem ao
Brasil em período eleitoral possa
insinuar um apoio ao presidente,
principalmente depois de FHC ter
anunciado na semana passada que
obteve em primeira mão o Relatório do Desenvolvimento Humano
da ONU referente a 1995, que demonstraria uma melhora na posição do Brasil no ranking de desenvolvimento humano após um ano
de governo FHC.
Agenda
O Brasil está entre os cinco países escolhidos por Kofi Annan para a sua segunda viagem à América
Latina. O secretário chega hoje ao
Rio, onde não tem compromissos
oficiais. Amanhã vai a Salvador,
na segunda estará em Brasília e na
terça em São Paulo.
Annan deve discutir no Brasil
economia, Mercosul e a participação da iniciativa privada na área
social. Ele não deve tocar na discussão sobre o interesse do Brasil
em representar a América Latina
como membro permanente do
Conselho de Segurança da ONU.
Questionado sobre se tem preferência por algum país da América
Latina para ser membro permanente do Conselho de Segurança,
Annan brincou: "Se estivéssemos
falando de futebol, eu poderia ter
uma idéia, mas o Conselho de Segurança é um outro assunto".
"O secretário-geral conversa
com os membros, encoraja a reforma do conselho, mas eu não tenho preferência ou candidato.
Quanto ao futebol, não tenho assistido, mas li um artigo em "The
Economist" que falava sobre os
países permanentes no futebol,
quase como os membros permanentes do Conselho de Segurança.
Dizia que há países que são permanentes nas finais de futebol e
acho que o Brasil é um deles."
O secretário-geral terá encontros com o presidente FHC, na segunda-feira, e visitará o Congresso e o Itamaraty. Em São Paulo,
vai se reunir com empresários e
com o governador Mário Covas.
Na terça, embarca para o Uruguai.
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