|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRISE FEDERAL
Para policial, governo deve estender MP para todos os servidores públicos
Punição deve ser ampliada, diz sindicato
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Aristeu Lima, disse ontem que o governo deveria estender para todos
os servidores públicos a MP (medida provisória) editada no último
dia 30 para afastar policiais acusados em processos disciplinares.
Segundo ele, os sindicatos da categoria vão levantar os nomes de
servidores públicos envolvidos em
irregularidades para cobrar providências do governo.
Mas ele negou que os sindicatos
pretendam investigar procuradores da República que defenderam
uma "limpeza" na PF.
A assessoria do Ministério da
Administração informou que o
governo não tem um controle
centralizado sobre todos os funcionários que respondem a processos administrativos. Disse que
só há controle sobre processos de
demissão.
"Nós apoiamos o saneamento
da PF. O que estamos criticando é
o caráter restritivo dessa MP. Queremos é a apuração de todas as
coisas erradas feitas por servidores públicos nesse país", disse Lima.
O presidente da federação acompanhou dirigentes da Associação
Nacional dos Delegados da Polícia
Federal em visita ao ministro Renan Calheiros (Justiça). Eles pediram ao ministro que assegure
"independência funcional" à corregedoria da PF e reformulação do
regime jurídico dos policiais federais.
A proposta de extensão da MP
não foi apresentada oficialmente.
O ministro evitou comentar o assunto e as divergências entre a PF
e a Procuradoria da República no
Rio de Janeiro e em São Paulo.
"Vocês estão pretendendo que
eu exorbite de minhas funções como ministro da Justiça", disse Calheiros. '"O meu raciocínio no
ministério é o raciocínio do dono
de casa. Se você tem um resíduo de
sujeira, você tem de fazer uma faxina. Se você tem uma sujeira novamente, você volta a fazer a faxina."
Mudanças
Para a reedição da MP no final
deste mês, o ministro irá propor
ao Planalto a inclusão de artigo
que determine o afastamento dos
policiais que respondam a processo judicial por prática de crime
contra a administração pública.
O Ministério da Justiça está reavaliando a lista de 13 policiais afastados porque respondem a processos disciplinares.
STF
O presidente interino do STF
(Supremo Tribunal Federal), Carlos Velloso, negou ontem pedido
de liminar apresentado por Eleutério Parracho, ex-superintendente da Polícia Federal no Rio, para
tentar suspender sua demissão.
Essa foi a primeira derrota sofrida na Justiça pelos sete primeiros
policiais federais demitidos a pedido do ministro Renan Calheiros.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|