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Entenda as mudanças no índice
da Reportagem Local
A reformulação do Índice de
Desenvolvimento Humano
(IDH) neste ano afetou o cálculo
do índice de renda, medido pelo
Produto Interno Bruto (PIB) por
habitante. O Brasil foi um dos países mais atingidos.
Pela metodologia antiga, depois
que o PIB per capita de um país
ultrapassava a média mundial
(US$ 5,990,00 em 1995), seu crescimento tinha pouco efeito no índice de renda. Porém, até atingir
esse limite, qualquer ganho significava um grande avanço. Foi o
que ocorreu com o Brasil em 1995.
O PIB per capita do país chegou
a US$ 5.928,00 (apenas US$ 62,00
menos do que o limite), e o seu índice de renda saltou de 0,87 para
0,94 -alavancando o IDH.
No novo método, a mudança é
menos abrupta. Mesmo países
cujo PIB per capita ultrapassam a
média mundial (de US$ 6.332,00
em 1997) vêem seu índice de renda crescer -embora em uma
proporção decrescente.
Essa fórmula se baseia no princípio econômico de que, por
exemplo, se a renda per capita de
Serra Leoa (US$ 410,00) dobrar,
seu efeito sobre o bem-estar da
população será muito maior do
que se o mesmo ocorrer com a de
Luxemburgo (US$ 30.863,00).
No caso brasileiro, a mudança
metodológica diminuiu o valor
do índice de renda de 0,94 para
0,70. Como resultado, o valor do
IDH (depois de computados os
índices de renda e saúde) ficou
menor do que no método antigo.
A mudança no cálculo do IDH
não afetou apenas a classificação
dos países no ranking deste ano,
mas também as do passado.
O Pnud refez a série histórica
para permitir comparações desde
1975. Assim, percebe-se que o final da década de 70 foi quando o
IDH do Brasil conseguiu crescer
mais rapidamente, a uma média
de 1,01% ao ano.
Desse modo, o Índice de Desenvolvimento Humano do país saltou de 0,639 para 0,672 entre 1975
e 1980. No quinquênio seguinte,
porém, a taxa de crescimento foi a
menor dos últimos 25 anos:
0,44% ao ano.
Entre 1985 e 1990, a evolução foi
um pouco mais rápida (0,6% ao
ano), mas, mesmo assim, a média
anual de crescimento do IDH brasileiro durante a chamada "década perdida" foi de apenas 0,52%.
O desempenho do Brasil nos
anos 90 tem sido melhor: o desenvolvimento humano cresceu ao
ritmo de 0,61% ao ano no país. E
está acelerando. De 1995 a 1997, a
média anual foi de 0,75%, contra
0,56% entre 1990 e 1995.
Com a nova metodologia, eventuais avanços de renda que forem
obtidos pelo país terão mais impacto sobre o IDH do que teriam
com o método antigo -pois não
fará diferença se o PIB per capita
do país ultrapassar o PIB per capita mundial.
(JRT)
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