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Pauta trancada deve adiar votação das reformas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Três medidas provisórias
que trancam a pauta de votações da Câmara dos Deputados
nesta semana podem atrapalhar a intenção do governo de
concluir até a quarta-feira a votação em 1º turno da reforma
da Previdência. Caso isso aconteça, a reforma tributária só deve ir para votação em plenário
em setembro.
Isso porque há a tendência do
governo de só colocar o projeto
tributário em votação no plenário após a conclusão da votação em 2º turno da proposta
previdenciária. O raciocínio é o
de que as discordâncias tributárias poderiam contaminar a
reta final da proposta previdenciária.
Na semana passada, o texto
principal e algumas emendas
da proposta da Previdência foram aprovados em 1º turno,
mas restaram algumas emendas para esta semana -a única
em que há acordo para votação
é a que eleva de R$ 1.200 para
R$ 1.440 a faixa de isenção de
contribuição previdenciária
para os servidores públicos
inativos da União.
"Lógico"
Caso as medidas provisórias
não sejam votadas, a conclusão
do 1º turno da reforma fica para a semana que vem e sua votação em 2º turno passa para a
última semana do mês.
"Seria mais lógico concluir a
votação da previdenciária antes de a tributária chegar ao
plenário", afirmou o deputado
Aldo Rebelo (PC do B-SP), líder do governo na Casa.
"A discussão simultânea muda a correlação de forças. A
Previdência conta com o apoio
dos governadores. Se colocarmos a tributária, teremos que
falar também com os "inimigos" dos governadores na discussão [os empresários]",
acrescentou o deputado federal
Eduardo Campos (PE), líder do
PSB na Câmara.
Medicamentos
Entre as MPs, a de consenso
mais complicado é a que mudas as regras de comercialização dos medicamentos instituindo, entre outras coisas, a
necessidade de os remédios similares (que representam 70%
do total comercializado) passarem por testes de comprovação
da eficácia.
A reforma tributária está desde o início de junho na comissão especial da Câmara e teria o
seu relatório lido na quinta
-com consequente votação
na semana que vem.
"As atenções estavam muito
voltadas para a Previdência, se
ela não for concluída, deixamos [a leitura do parecer] para
a semana que vem", declarou
o deputado federal Virgílio
Guimarães (PT-MG), relator
da proposta da Previdência.
O parecer do deputado não
deve fugir muito do texto original enviado pelo Executivo,
mas deve conter algumas demandas exigidas pelos governadores, deputados e empresários, entre elas a que estabelece
a noventena, ou seja, que um
novo imposto ou o aumento de
uma alíquota de um já existente só podem vigorar após um
prazo de 90 dias -essa regra já
vale hoje para as contribuições.
(RANIER BRAGON)
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