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GOVERNO
Presidente inaugura site e redação da assessoria de imprensa do Planalto
Lula afirma esperar "notícias boas"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva inaugurou ontem a "redação" e o site da Secretaria de
Imprensa do Palácio do Planalto
afirmando esperar que, "daqui
para a frente, comece a sair notícia boa sobre o presidente da República e sobre o governo".
O presidente afirmou esperar
também "que nenhum ministro
seja pego de surpresa com críticas
que são notícia, mas que a gente
não gosta que sejam publicadas".
Num discurso informal, feito de
improviso, o presidente da República fez várias considerações a
respeito da profissão de jornalista
e da função da imprensa.
"O jornalista só vai descobrir o
quanto sua função é importante e
responsável no dia em que cada
um tiver que fazer uma entrevista
consigo mesmo. Fazer uma reportagem sobre si mesmo. Deveria ser uma coisa fantástica, porque vocês iriam perceber o que
todos nós sentimos quando temos que conversar com vocês",
disse o presidente.
Todo mundo reclama
Segundo o presidente, "o jornalista é uma coisa importante, porque todo mundo reclama, mas
ninguém vive [sem ele]". Alguns
membros do governo federal,
afirmou o presidente, falam até o
que não deveriam falar, e no dia
seguinte uma informação sigilosa
aparece estampada nas páginas
dos jornais.
Em seguida, Lula admitiu: "Notícia de verdade é aquilo que a
gente não quer falar. Aquilo que a
gente está doidinho para falar não
é notícia, é publicidade. E me parece que todos vocês aprenderam
isso com muita rapidez".
"Mas, por mais que a gente reclame, por mais que a gente se
queixe, por mais que a gente fale
mal, nós não seríamos o que somos sem a imprensa brasileira",
disse Lula. O endereço do site é
www.info.planalto.gov.br
Condecoração
O presidente também recebeu
ontem em seu gabinete no Planalto a comenda da Ordem do Mérito Judiciário Militar, entregue pelo presidente do STM (Superior
Tribunal Militar), almirante Carlos Eduardo Cezar de Andrade.
Condenado a três anos e meio
de prisão pela Justiça Militar de
São Paulo e absolvido em 1980 pelo Superior Tribunal Militar, Lula
disse que recebia com orgulho a
homenagem do tribunal, que de
certa forma tinha uma ligação
com sua trajetória política.
Ao receber a comenda, Lula
lembrou que em 1978, ao eclodir
uma greve dos trabalhadores da
Scania, no ABC paulista, a Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) pediu ao então
comandante do 2º Exército, general Dilermando Monteiro, uma
ação das tropas militares contra o
movimento paredista.
Em vez de se "esconder", Lula
disse que pediu uma audiência ao
general, com quem passou três
horas e obteve a garantia de não-intervenção do Exército. Tempos
depois, Dilermando Monteiro,
que na ocasião era juiz do STM,
contribuiu com seu voto para a
absolvição de Lula no processo
movimento pela Justiça Militar.
Lula deveria ter recebido a condecoração em solenidade no dia
1º de abril, mas o Planalto enviou
um fax ao STM afirmando que o
presidente aceitava a condecoração, mas que não poderia comparecer à cerimônia naquela data.
Por essa razão a medalha foi entregue numa cerimônia específica
no próprio Palácio do Planalto.
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