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SEGURANÇA PÚBLICA
Comandantes se reunirão em Brasília na semana que vem para discutir a situação das tropas
PMs se mobilizam para obter reajuste
da Agência Folha
Policiais militares iniciam mobilizações para assegurar aumentos salariais. Em 1997, soldados,
cabos e oficiais de dez Estados entraram em greve para conseguir
suas reivindicações.
"Os Estados que continuarem
sucateando as suas polícias e incentivando essa falta de salário
compatível vão pagar caro por isso, com movimentos reivindicatórios e com o desespero das polícias", avalia o coronel Luiz Fernando de Lara, presidente do
Conselho Nacional dos Comandantes de Polícias Militares e Corpos de Bombeiros e comandante-geral da PM do Paraná.
O coronel Lara considera que a
situação dos salários da PM é
ruim na maioria dos Estados do
Nordeste e do Centro-Oeste. Na
próxima semana, comandantes
das regiões do país vão se reunir
em Brasília para discutir a situação das tropas.
Paraíba
Na Paraíba, a PM entra hoje em
seu quarto dia de greve por reajuste salarial que varia de 57% a
62,8% sobre o salário-base. Segundo os grevistas, 60% dos 7.500
integrantes da corporação estão
paralisados.
O governo estadual não apresentou até o momento nenhuma
contraproposta aos grevistas. Diz
que não tem condições de atender
às reivindicações e que os que
aderiram ao movimento serão
punidos de acordo com a lei, que
prevê prisões de 30 dias a quatro
anos.
Uma das formas de protesto é o
acampamento de manifestantes
diante da sede do governo estadual, na praça João Pessoa. Um
grupo de 350 policiais faz vigília
no local por 24 horas.
Ontem, fizeram passeata nas
ruas centrais de João Pessoa com
um caixão preto simbolizando
um soldado morto.
O ministro da Justiça, José Carlos Dias, que estava na cidade para participar do encontro nacional de secretários da Justiça, disse
que "não dá para compreender
uma greve na Polícia Militar".
Minas Gerais
Em Minas Gerais, soldados, cabos e sargentos já gritam contra a
possibilidade de o governo Itamar Franco oferecer reajuste
maior para os oficiais da PM. Em
1997, a concessão de aumento diferenciado para o oficialato foi o
estopim para o movimento grevista dos subordinados.
Se o comando das tropas for beneficiado novamente, "os policiais não terão vontade para sair
às ruas para trabalhar", afirma
Waldevino Braga, da Associação
dos Praças Policiais e Bombeiros
Militares.
O comandante-geral da PM mineira, Mauro Lúcio Gontijo, tem
em mãos um documento que
aponta distorções salariais na
corporação. Elaborado pelo Clube dos Oficiais, o texto afirma que
há, no momento, subtenentes
com ganhos superiores ao de um
capitão. Defende que os reajustes
variem de 18%, para os soldados,
a 33%, para os oficiais.
O vice-governador de Minas
Gerais, Newton Cardoso
(PMDB), acha que a falta de caixa
do Estado dificulta qualquer discussão sobre aumento salarial.
Os servidores públicos mineiros ainda não receberam o 13º salário do ano passado.
"Trégua"
O presidente da Associação dos
Cabos e Soldados do Rio Grande
do Sul, Jerry Lara Gruhn, disse
que os policiais gaúchos decidiram oferecer uma "trégua" à administração do petista Olívio Dutra até dezembro. "Estamos dando um prazo para que o governo
equilibre sua situação", disse
Gruhn, em referência às dificuldades de caixa do Estado.
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