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BIOGRAFIA
Economista sempre defendeu a participação do capital estrangeiro
Campos moldou economia pós-64
DA REDAÇÃO
Roberto de Oliveira Campos
exerceu uma influência duradoura na história do Brasil. Como ministro de Castello Branco,
definiu as linhas mestras da política econômica do regime militar. Fora do governo, foi um dos
mais influentes publicistas do
país, difundindo o pensamento
neoliberal nos anos 80 e 90.
No Ministério do Planejamento (64-67), introduziu inovações
cujos efeitos são sentidos até hoje: a criação do Banco Central,
do Sistema Financeiro da Habitação, do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço. Seu Plano de
Ação Econômica do Governo,
fortemente recessivo, reduziu a
dívida pública a 1,1% do PIB e a
inflação a 34,5% ao ano em 65.
Conjugou a defesa do livre
mercado com uma forte intervenção do Estado na economia.
Várias estatais foram criadas em
sua gestão: BNH, Serpro, Embratel, Embratur, Açominas,
Ultrafértil, Celma, Lloydbrás.
Nessa época, já era um economista famoso. Diplomata desde
1939, foi designado adido comercial na Embaixada nos EUA
em 1942. Fez economia na Universidade George Washington e
doutorou-se na Universidade
de Columbia. Em 1951, integrou
a Comissão Mista Brasil-Estados Unidos para o Desenvolvimento Econômico, propondo a
criação do BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, atual BNDES), do qual virou diretor em 1952. Afastou-se
em 1953, regressando aos EUA.
Voltou em 1956 e colaborou
na política econômica de Juscelino Kubitschek, sugerindo a
adoção de taxas de câmbio flutuantes. Indicado presidente do
BNDE em 1958, ajudou a elaborar o Plano de Estabilização Monetária. Em 1959, JK rompeu
com o FMI, e Campos deixou o
BNDE. Apoiou Jânio Quadros à
Presidência em 1960, mas dele
se afastou por rejeitar a abertura
aos países comunistas. Nomeado embaixador nos EUA em
1961, voltou ao Brasil em 1964.
Defendeu o Movimento Militar.
Em 1968, tornou-se presidente
do Invest Banco, depois convertido em Banco União Comercial. Deixou o banco em março
de 1974, quando a instituição já
estava praticamente quebrada.
O BC articulou seu salvamento,
vendendo o BUC ao Itaú.
Em 1982, foi eleito senador pelo PDS de Mato Grosso. Apoiou
a frustrada candidatura de Paulo Maluf à Presidência em 1985.
Eleito deputado federal pelo
Rio em 1990, apoiou as privatizações de Fernando Collor, que
em 1992 o convidou para o ministério. Recusou e, mesmo
doente, votou a favor do processo de impeachment. Reeleito
em 1994, tornou-se colunista da
Folha a partir de dezembro.
Tentou o Senado em 1998, mas
perdeu para Saturnino Braga
(PSB). Em 1999, foi eleito para a
Academia Brasileira de Letras.
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