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PSDB quer priorizar a periferia
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO
A lógica e os motivos são os
mesmos, mas os caminhos, opostos. O PT quer tomar a cidade a
partir das bordas. O PSDB, "ampliar para fora", nas palavras de
um dos coordenadores da campanha de José Serra, o deputado
estadual Walter Feldman.
Descrito a mais de meio século
por Mao Tsé-tung (líder comunista chinês), o ataque aos flancos
menos coesos do adversário é, na
guerra, a melhor forma de avançar. Nas eleições paulistanas, esse
flanco é o anel semiperiférico.
"A coordenação da campanha
prefere investir nessa primeira
periferia, onde há muitos malufistas. Mas o Serra, pessoalmente,
quer ir para o extremo, onde ele
avalia que o potencial de crescimento é maior. Portanto, fica claro, vamos priorizar a periferia,
ampliar para fora", diz Feldman.
Os tucanos rejeitam a idéia de
que "pobre vota no PT" -querem fugir a todo custo do rótulo
de "partido dos ricos". Em zonas
eleitorais de elite, como Jardim
Paulista, o tucano alcançou 65%.
"O Serra acha que essa votação
[maior do PT na extrema periferia] foi fruto de marketing e do
terrorismo eleitoral que fez com
que as pessoas acreditassem que
iam deixar de receber os benefícios sociais da prefeitura. Esse
eleitorado seria mais volátil e poderia mudar de voto com campanha qualificada", diz.
Nas ruas, os discursos confirmam o vaivém eleitoral. "Votei
no Serra porque a Marta prometeu tapar todos os buracos e não
tapou. Fez até alguma coisa, mas
prometeu mais do que fez. Agora
é a chance do Serra", diz o cabeleireiro Samir Alves, 25, eleitor na
Freguesia, que votou em Marta
Suplicy em 2000.
A estratégia tucana para atrair
mais eleitores na semiperiferia é
contrapor dados da prefeitura a
indicadores do governo do Estado, controlado pelo PSDB. "Vamos falar de saúde, educação,
transportes e saneamento. E falar
de investimento localizado, dos
benefícios propiciados pelas
ações do Estado em cada região",
diz Feldman. (SC e FM)
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