São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2004

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PSDB quer priorizar a periferia

DA REPORTAGEM LOCAL

DA REDAÇÃO

A lógica e os motivos são os mesmos, mas os caminhos, opostos. O PT quer tomar a cidade a partir das bordas. O PSDB, "ampliar para fora", nas palavras de um dos coordenadores da campanha de José Serra, o deputado estadual Walter Feldman.
Descrito a mais de meio século por Mao Tsé-tung (líder comunista chinês), o ataque aos flancos menos coesos do adversário é, na guerra, a melhor forma de avançar. Nas eleições paulistanas, esse flanco é o anel semiperiférico.
"A coordenação da campanha prefere investir nessa primeira periferia, onde há muitos malufistas. Mas o Serra, pessoalmente, quer ir para o extremo, onde ele avalia que o potencial de crescimento é maior. Portanto, fica claro, vamos priorizar a periferia, ampliar para fora", diz Feldman.
Os tucanos rejeitam a idéia de que "pobre vota no PT" -querem fugir a todo custo do rótulo de "partido dos ricos". Em zonas eleitorais de elite, como Jardim Paulista, o tucano alcançou 65%.
"O Serra acha que essa votação [maior do PT na extrema periferia] foi fruto de marketing e do terrorismo eleitoral que fez com que as pessoas acreditassem que iam deixar de receber os benefícios sociais da prefeitura. Esse eleitorado seria mais volátil e poderia mudar de voto com campanha qualificada", diz.
Nas ruas, os discursos confirmam o vaivém eleitoral. "Votei no Serra porque a Marta prometeu tapar todos os buracos e não tapou. Fez até alguma coisa, mas prometeu mais do que fez. Agora é a chance do Serra", diz o cabeleireiro Samir Alves, 25, eleitor na Freguesia, que votou em Marta Suplicy em 2000.
A estratégia tucana para atrair mais eleitores na semiperiferia é contrapor dados da prefeitura a indicadores do governo do Estado, controlado pelo PSDB. "Vamos falar de saúde, educação, transportes e saneamento. E falar de investimento localizado, dos benefícios propiciados pelas ações do Estado em cada região", diz Feldman. (SC e FM)

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