DA REPORTAGEM LOCAL

DA REDAÇÃO

"O apoio de [Paulo] Maluf é cavalo-de-tróia, e olha que eu sou malufista-janista." Quem sentencia é Flavio Reimann, morador do mais tradicional reduto da direita: a Vila Maria.
O bairro faz parte do cinturão malufista desta eleição -seis distritos, a nordeste do centro- onde o ex-prefeito do PP teve mais de 16% do eleitorado. Estão em jogo aí 732 mil votos -corredor complicado para a estratégia de expansão do PT, com ou sem apoio de Maluf.
O optometrista Reimann, 59, explica: "O povo estranha [a indicação explícita depois das brigas e acusações]". Ele votou em Maluf no 1º turno, junto com 19,7% do distrito. Acha que ele tem de "pendurar as chuteiras" ("Quem sabe para vereador?") e no 2º turno pretende anular. "Mas, se o Serra precisar, voto para tirar o PT." O depoimento é pista para entender por que, mesmo com ataques de Maluf ao PSDB na TV, 70% de seu votos, segundo o Datafolha, ficarão, agora, com José Serra. "O motivo é que odeio a Marta. Ela pode até ter feito algo para quem mora onde Judas perdeu as botas, mas odeio", diz Fátima Soares, 49, outra malufista do bairro.
Apoio após ataques não incomoda o vizinho de Fátima, Paulo Cordeiro, 54. "Um fala, outro fala, é tipo "Casseta e Planeta"." Como 13% dos malufistas do 1º turno, votará no PT.

Texto Anterior: PSDB quer priorizar a periferia
Próximo Texto: Brasil profundo: Sertanista é assassinado com 2 tiros em Porto Velho
Índice