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Renúncia não deve evitar
candidatura, diz Wagner
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Jaques Wagner
(coordenador político do governo) defendeu ontem a manutenção da legenda em 2006 aos petistas que decidirem abandonar o
mandato. Para ele, considerar a
renúncia como um "prêmio" coloca a discussão em um nível em
que só faltaria pedir "a pena de
morte para quem tem problema".
Wagner afirmou ontem no
Congresso que não considera
"pizza" a possível renúncia dos
deputados acusados de envolvimento com o "mensalão".
"É um absurdo alguém achar
que pode ser chamado de pizza o
fato de um deputado ter que renunciar ao seu mandato. Alguém
que renuncia publicamente perde
um ano e dois meses de mandato.
Além disso vai chegar fragilizado
[nas eleições] mesmo que tenha
legenda. Achar que isso é um prêmio, aí chegamos a um nível em
que só falta as pessoas defenderem a pena de morte para quem
tem problema", afirmou Wagner.
O ministro negou, entretanto,
que haja articulação do Planalto
para que os seis petistas acusados
renunciem como forma de minimizar os efeitos da crise sobre o
PT e sobre o governo.
"Não há [articulação]. A renúncia nem você impõe a ninguém
nem evita que alguém possa tê-la.
(...) Eu acho uma situação muito
delicada, de risco altíssimo para
cada um, porque em cada caso
você pode ter, vou chamar assim,
uma vantagem. E como ela [a decisão] é de caráter individual,
acho impossível ao PT e muito
menos ao Planalto tentar centralizar uma posição", afirmou.
O ministro disse ainda que "há
controvérsia" sobre a avaliação de
que a renúncia em bloco dos petistas seria benéfica ao Planalto,
mas não detalhou esse raciocínio.
A opção de renúncia ao mandato é tomada pelo acusado como
forma de escapar à inelegibilidade
até 2015 que uma cassação acarretaria. Para ter esse efeito, o abandono do mandato tem que ocorrer antes da abertura de processo
no Conselho de Ética.
Atendendo deputados
Durante mais de cinco horas, o
ministro Jaques Wagner ouviu
ontem deputados solicitarem
pressa na liberação das emendas
individuais e das bancadas. Wagner passou o dia na Câmara atendendo deputados.
Na sala da liderança do governo, os parlamentares - pelo menos 25 foram atendidos - aguardavam em pé o momento de falar
por cerca de 15 minutos com o
ministro.
(RANIER BRAGON)
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