São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2005

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Renúncia não deve evitar candidatura, diz Wagner

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Jaques Wagner (coordenador político do governo) defendeu ontem a manutenção da legenda em 2006 aos petistas que decidirem abandonar o mandato. Para ele, considerar a renúncia como um "prêmio" coloca a discussão em um nível em que só faltaria pedir "a pena de morte para quem tem problema".
Wagner afirmou ontem no Congresso que não considera "pizza" a possível renúncia dos deputados acusados de envolvimento com o "mensalão".
"É um absurdo alguém achar que pode ser chamado de pizza o fato de um deputado ter que renunciar ao seu mandato. Alguém que renuncia publicamente perde um ano e dois meses de mandato. Além disso vai chegar fragilizado [nas eleições] mesmo que tenha legenda. Achar que isso é um prêmio, aí chegamos a um nível em que só falta as pessoas defenderem a pena de morte para quem tem problema", afirmou Wagner.
O ministro negou, entretanto, que haja articulação do Planalto para que os seis petistas acusados renunciem como forma de minimizar os efeitos da crise sobre o PT e sobre o governo.
"Não há [articulação]. A renúncia nem você impõe a ninguém nem evita que alguém possa tê-la. (...) Eu acho uma situação muito delicada, de risco altíssimo para cada um, porque em cada caso você pode ter, vou chamar assim, uma vantagem. E como ela [a decisão] é de caráter individual, acho impossível ao PT e muito menos ao Planalto tentar centralizar uma posição", afirmou.
O ministro disse ainda que "há controvérsia" sobre a avaliação de que a renúncia em bloco dos petistas seria benéfica ao Planalto, mas não detalhou esse raciocínio.
A opção de renúncia ao mandato é tomada pelo acusado como forma de escapar à inelegibilidade até 2015 que uma cassação acarretaria. Para ter esse efeito, o abandono do mandato tem que ocorrer antes da abertura de processo no Conselho de Ética.

Atendendo deputados
Durante mais de cinco horas, o ministro Jaques Wagner ouviu ontem deputados solicitarem pressa na liberação das emendas individuais e das bancadas. Wagner passou o dia na Câmara atendendo deputados.
Na sala da liderança do governo, os parlamentares - pelo menos 25 foram atendidos - aguardavam em pé o momento de falar por cerca de 15 minutos com o ministro. (RANIER BRAGON)


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