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Advogados vão a Thomaz Bastos
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, foi procurado no
último final de semana por advogados dos acusados na investigação da Operação Anaconda. Ouviu queixas de que o direito de defesa não está sendo garantido e
prometeu isenção do governo federal na investigação.
Mais: o ministro disse aos advogados que a Polícia Federal está
orientada a atuar tecnicamente,
sem perseguições, e que agora cabem ao TRF (Tribunal Regional
Federal) da 3ª Região as determinações sobre o andar das investigações e do eventual processo legal contra os acusados de participar do esquema de venda de sentenças judiciais.
"A Operação Anaconda foi brilhante e continuará com seu trabalho firme. Os suspeitos e acusados têm a presunção de inocência
e o direito de ampla defesa. Agora,
cabe ao Tribunal Regional Federal
o controle formal e material da legalidade de todos os atos", disse à
Folha o ministro da Justiça ao ser
indagado sobre os apelos que recebeu de advogados de defesa.
Thomaz Bastos, advogado criminalista de carreira, está satisfeito com o resultado da Operação
Anaconda, mas não quer que ela
ganhe ares de linchamento em
consequência da repercussão que
obteve na mídia e na sociedade.
O ministro teme desmoralizar a
investigação e transmitir a idéia
de que há uma guerra contra o
Poder Judiciário. As relações entre o Executivo e o Judiciário não
são boas. O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e o presidente do
STF (Supremo Tribunal Federal),
Maurício Corrêa, não se falam.
Nesse contexto, o ministro disse
a advogados de defesa que o procuraram, como Alberto Zacharias
Toron (defensor do juiz João Carlos da Rocha Mattos), que não há
orientação do governo para dificultar a vida dos acusados.
No que depender da Polícia Federal, o diretor-geral, Paulo Lacerda, dará ordens para facilitar o
trabalho desses advogados. No
entanto, a condução prática sobre
os destinos da investigação passou ao TRF depois da denúncia
do Ministério Público ao tribunal.
A Operação Anaconda é resultado de um ano e meio de investigações. Foram presas até o momento nove pessoas, incluindo o
juiz federal Rocha Mattos.
A operação pode atingir também membros do próprio TRF. O
Ministério Público suspeita que o
esquema de venda de sentenças ia
além do primeiro grau da Justiça
Federal. O TRF é instância de segundo grau da Justiça Federal.
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