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Decreto não prevê sigilo eterno,
afirma Nilmário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda,
afirmou que a medida provisória
e o decreto editados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ontem regulamentando a questão
do sigilo de documentos oficiais
não prevê o "sigilo eterno".
"Essa possibilidade está afastada em relação aos arquivos da ditadura militar", afirmou.
A declaração de Nilmário se
choca com o inciso 2 do artigo 6º
do decreto, que permite o veto ao
acesso a documentos enquanto
sua divulgação puser em risco a
segurança do Estado e da sociedade, sem definir regras para isso.
Segundo Nilmário, o avanço na
legislação foi a possibilidade de a
Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas revisar a classificação de arquivos e,
eventualmente, torná-los públicos. Com isso, o que hoje um governo classifica como ultra-secreto, com prazo mínimo de 30 anos
de sigilo, poderia ser divulgado
pelo governo seguinte.
"Quando muda a conjuntura,
pode mudar a avaliação. Regulamentamos a Constituição para
evitar arbítrio. Essa é uma medida
benigna", afirmou.
Para o ministro, o estopim da
discussão sobre documentos no
governo foi a pressão pela abertura de arquivos da ditadura (1964-1985). Com o decreto e a MP,
sempre segundo Nilmário, falta
apenas a parte prática. "A partir
desse decreto, não haverá óbices à
abertura dos documentos. Agora
é a questão prática. É uma regra
estável, para tudo. O que provocou essa discussão foi a necessidade de uma base legal para a abertura dos arquivos", disse.
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