São Paulo, terça, 12 de janeiro de 1999

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CONTAS PÚBLICAS
Decisão foi tomada após reunião em que representantes de banco pediram que eurobônus sejam pagos
Vice diz que Minas pagará dívida externa

Eduardo Knapp - 8.jan.98/Folha Imagem
O vice Newton Cardoso, que descarta crise de credibilidade


CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O vice-governador de Minas Gerais, Newton Cardoso (PMDB), anunciou ontem que os eurobônus títulos emitidos pelo governo de Minas Gerais no mercado europeu com lastro em ações da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) serão pagos em dia.
Com isso, o governo de Minas tenta evitar que o impasse com o governo federal, criado pela declaração de moratória na semana passada, provoque dificuldades na "credibilidade" do país junto ao mercado internacional.
"Pelo contrário, há credibilidade nos mercados asiáticos com relação ao Brasil", afirmou o vice.
A decisão foi tomada depois de uma visita a Belo Horizonte de representantes do banco Crédit Agricole Indosuez, da França, que lidera um grupo de bancos responsáveis pela operação com os eurobônus do governo mineiro.
Ontem de manhã, eles se reuniram primeiramente com o secretário estadual da Fazenda, Alexandre Dupeyrat, e, depois, com o governador Itamar Franco (PMDB).
Segundo Dupeyrat, os representantes do banco pediram que os recursos para o pagamento dos eurobônus fossem liberados pelo governo na data do vencimento, mas ele não deu mais esclarecimentos sobre as reuniões.
Na semana passada, o secretário da Casa Civil de Minas, Henrique Hargreaves, disse que o Estado deixar de pagar esses títulos.
Em 10 de fevereiro, vence uma parcela de US$ 107,937 milhões -sendo US$ 100 milhões de principal e US$ 7,937 milhões de juros. A segunda e última parcela da dívida externa mineira, de US$ 104 milhões (US$ 100 milhões de principal e US$ 4 milhões de juros), vence em fevereiro do ano 2000.
Os eurobônus não foram federalizados no acordo de renegociação da dívida de Minas, mas, durante as negociações, o governo federal impôs uma cláusula no contrato que prevê depósitos mensais para o provisionamento de recursos.
Esse fundo já possui US$ 78 milhões, mas o restante terá de sair do caixa do governo mineiro.
² Senado
O presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, Pedro Piva (PSDB-SP), frustrou a tentativa da oposição de levar Itamar Franco a depor na comissão amanhã. Oposição e aliados de Itamar queriam aprovar hoje na CAE requerimento de Eduardo Suplicy (PT-SP) convidando todos os governadores para falar sobre a crise nos Estados.
Piva adiou para amanhã a reunião que seria hoje. Mesmo que o requerimento seja aprovado na quarta, o depoimento de Itamar não será mais nesta semana, porque é baixo o quórum na quinta-feira e na sexta-feira.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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