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CASO JERSEY
Apuração sobre fundos de Maluf deve ser feita por SP, diz Advocacia Geral
Para AGU, investigação é municipal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A AGU (Advocacia Geral da
União) não vai interferir nas investigações envolvendo denúncias sobre a existência de fundos
em nome do ex-prefeito Paulo
Maluf (PPB) na Suíça e na ilha de
Jersey (paraíso fiscal). O assunto
deve ficar sob a responsabilidade
da Secretaria de Negócios Jurídicos e da Procuradoria Geral do
Município de São Paulo.
A AGU afirmou, em ofício encaminhado a Geraldo Brindeiro,
procurador-geral da República,
que o objeto de investigação não
envolve patrimônio público da
União, e sim do município.
Em junho, a Folha revelou que
autoridades de Jersey bloquearam US$ 200 milhões em nome de
Paulo Maluf e de familiares. Para
o Ministério Público de São Paulo, o dinheiro pode ser proveniente do desvio de verba pública. Maluf nega a existência das aplicações financeiras em Jersey.
O ofício destinado a Brindeiro
foi uma resposta à consulta feita
pela Procuradoria Geral ao advogado-geral da União, Gilmar
Mendes, questionando a possibilidade de contratar um escritório
de advocacia no exterior para intervir nos processos abertos em
Genebra e Jersey.
A AGU afirmou, no entanto,
que há uma cooperação judiciária, formada pelo Ministério da
Justiça e pelo Itamaraty, encarregada de colaborar nas investigações referentes ao caso Maluf.
Juiz Nicolau
Ao fazer a solicitação, o Ministério Público se baseou nas investigações das contas no exterior em
nome do juiz aposentado Nicolau
dos Santos Neto. Naquele caso, foi
composta uma força-tarefa para
apurar as denúncias que existiam
contra ele. O ex-presidente do
TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo foi acusado
de desviar verba da obra do Fórum Trabalhista do Estado.
A força-tarefa composta pelo
Ministério Público Federal, Banco
Central e Ministério da Justiça foi
responsável pela contratação de
um escritório de advocacia na
Flórida, que descobriu que o juiz
havia comprado um apartamento
(no valor patrimonial de US$ 1,1
milhão) em Miami.
De acordo com advogados da
AGU, a União participou das investigações envolvendo o juiz
porque a verba foi desviada do
governo federal. O dinheiro foi repassado da União para o TST
(Tribunal Superior do Trabalho),
que, em seguida, enviou-o ao TRT
de São Paulo.
Procuradas pela Folha durante
o dia de ontem, a secretária municipal de Negócios Jurídicos, Anna
Emília Cordelli Alves, e a procuradora da República, Denise Abade,
não foram localizadas.
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