São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2008

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Dilma se diz "mãe do PAC" e ouve apelo por 2010

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao participar de uma homenagem ao Dia da Mulher, ontem no Senado, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) assumiu ser a "mãe do PAC", se emocionou relembrando dos tempos da ditadura e defendeu pesquisas com células-tronco.
"Para o mal ou para o bem, eu sou a mãe do PAC. Tanto em momentos difíceis, quando diziam que ele era uma pirotecnia, quanto nos momentos bons, quando as obras saem", disse. "Nesse sentindo, o presidente [Lula] foi muito feliz."
Apesar de negar qualquer pretensão eleitoral para 2010 -"Já falei, muitas vezes, que não sou candidata"-, Dilma também ouviu mensagens, indiretas, para que continue na no Planalto após o final do mandato de Lula.
O primeiro recado veio do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que ao citá-la em seu discurso, incitou-a a "ir além". O segundo partiu da antiga companheira de prisão na época da ditadura militar, Terezinha de Jesus Zerbini, 79. Ao receber das mãos da ministra o diploma "Mulher-Cidadã Bertha Lutz", Terezinha pediu para Dilma "continuar".
"Dilma é uma das mulheres mais corajosas, competentes, inteligentes, e generosas que já conheci", afirmou. "Dilma, continua. Deus quer quando a mulher quer, então vamos querer", completou, sob aplausos e risos dos demais presentes.
Foi por Terezinha que a ministra se emocionou. Ao discursar, Dilma relembrou os tempos em que esteve presa com a amiga. Com a voz embargada, disse: "Conheci Terezinha nos anos 70. Dentro da cadeia, em um momento difícil, Terezinha mostrou imensa solidariedade e dignidade. Em momentos determinados, ela fechava a porta e a janela da sua cela quando recebia visitas daqueles que não honraram as distinções que o marido dela tinha honrado".
A advogada Terezinha Zerbini fundou, em 1975, o Movimento Feminino pela Anistia, tema pelo qual é reconhecida até hoje. Foi casada com o general Euryales de Jesus Zerbini, destituído de seu posto após manter-se fiel ao governo deposto pelos militares em 1964.

Células-tronco
Ainda na cerimônia, Dilma elogiou o trabalho de outra homenageada, a pesquisadora da USP, Mayana Zatz, uma das cientistas envolvidas na campanha pela legalidade de pesquisas com células-tronco embrionárias.
A ministra disse que as pesquisas são "legítimas" e que espera que o STF analise o assunto "o mais rápido possível".


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