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Dilma se diz "mãe do PAC" e ouve apelo por 2010
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao participar de uma homenagem ao Dia da Mulher, ontem no Senado, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) assumiu ser a "mãe do PAC", se
emocionou relembrando dos
tempos da ditadura e defendeu
pesquisas com células-tronco.
"Para o mal ou para o bem, eu
sou a mãe do PAC. Tanto em
momentos difíceis, quando diziam que ele era uma pirotecnia, quanto nos momentos
bons, quando as obras saem",
disse. "Nesse sentindo, o presidente [Lula] foi muito feliz."
Apesar de negar qualquer
pretensão eleitoral para 2010
-"Já falei, muitas vezes, que
não sou candidata"-, Dilma
também ouviu mensagens, indiretas, para que continue na
no Planalto após o final do
mandato de Lula.
O primeiro recado veio do
presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que ao citá-la em seu discurso, incitou-a
a "ir além". O segundo partiu da
antiga companheira de prisão
na época da ditadura militar,
Terezinha de Jesus Zerbini, 79.
Ao receber das mãos da ministra o diploma "Mulher-Cidadã
Bertha Lutz", Terezinha pediu
para Dilma "continuar".
"Dilma é uma das mulheres
mais corajosas, competentes,
inteligentes, e generosas que já
conheci", afirmou. "Dilma,
continua. Deus quer quando a
mulher quer, então vamos querer", completou, sob aplausos e
risos dos demais presentes.
Foi por Terezinha que a ministra se emocionou. Ao discursar, Dilma relembrou os tempos em que esteve presa com a
amiga. Com a voz embargada,
disse: "Conheci Terezinha nos
anos 70. Dentro da cadeia, em
um momento difícil, Terezinha
mostrou imensa solidariedade
e dignidade. Em momentos determinados, ela fechava a porta
e a janela da sua cela quando recebia visitas daqueles que não
honraram as distinções que o
marido dela tinha honrado".
A advogada Terezinha Zerbini fundou, em 1975, o Movimento Feminino pela Anistia,
tema pelo qual é reconhecida
até hoje. Foi casada com o general Euryales de Jesus Zerbini, destituído de seu posto após
manter-se fiel ao governo deposto pelos militares em 1964.
Células-tronco
Ainda na cerimônia, Dilma
elogiou o trabalho de outra homenageada, a pesquisadora da
USP, Mayana Zatz, uma das
cientistas envolvidas na campanha pela legalidade de pesquisas com células-tronco embrionárias.
A ministra disse que as pesquisas são "legítimas" e que espera que o STF analise o assunto "o mais rápido possível".
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