São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2008

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Oficiais entram em apartamento para arrolar bens que foram de ACM

Pedido foi feito por filha de ACM que está em litígio com demais herdeiros

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Dois oficiais de Justiça fizeram ontem pela manhã um arrolamento de bens e obras de arte que integram uma coleção deixada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007).
Acompanhado de policiais militares, eles recorreram a dois chaveiros para conseguir ingressar na cobertura, no centro de Salvador -não havia ninguém no apartamento.
O pedido de arrolamento foi feito à Justiça por Teresa Mata Pires, filha do senador. Uma das herdeiras de ACM, Teresa está em litígio com familiares desde o início do inventário.
Na última quarta, ela pediu avaliação dos bens. Dois dias depois, a juíza Fabiana Andréa Pellegrino, concedeu a liminar.
Em seu despacho, a juíza, que é casada com o deputado federal Nelson Pellegrino (PT-BA), concedeu um prazo de 48 horas para a viúva de ACM, Arlette Magalhães, 77, prestar as informações requeridas pela filha. Anteontem, oficiais tentaram citar a viúva do senador, mas ela não estava em casa.
Ontem, a juíza autorizou a entrada dos oficiais. "A velocidade percorrida pela ação foi espantosa", disse Genaro Oliveira, advogado dos outros herdeiros e da viúva. Ele reconhece que nem todas as obras de arte do senador -obras sacras dos séculos 17 e 18- foram relacionadas no inventário. "Essas obras requerem um trabalho muito grande, mas é claro que serão relacionadas."
Segundo Oliveira, funcionários e três carros da OAS -empresa que tem o marido de Teresa, César Mata Pires, como um dos sócios- foram postos à disposição dos oficiais e dos policiais. "O motorista do empreiteiro, inclusive, comprou sanduíches para todos eles", disse.
À noite, o advogado distribuiu uma nota pública sobre o fato, dizendo que a família "repele o ato brutal e violento".
A Folha telefonou para a construtora OAS e para a casa de Teresa. Uma empregada disse que ela não estava e a OAS informou que somente Mata Pires poderia se pronunciar -o empresário não estava na construtora. A juíza Fabiana Andréa também foi procurada, mas ninguém atendeu às ligações na 14ª Vara de Família.


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