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LICITAÇÃO SOB SUSPEITA
Juíza aceita
denúncia
contra 386
empreiteiros
da Reportagem Local
A juíza Carmem Lúcia da Silva,
da 9ª Vara Criminal de São Paulo,
aceitou denúncia contra 386 empreiteiros acusados de fazer ajustes de preços para fraudar licitações no Estado.
Isso significa que será instaurado processo para apurar as acusações apresentadas pelos promotores Fernando Hernandez José e Iurica Tanio Okumura.
A pena aplicada a esse tipo de
crime é prisão de 2 a 5 anos.
O coordenador das Promotorias
Criminais, Mário Papaterra Limongi, disse que o Tribunal de
Justiça deverá designar juízes assistentes para a 9ª Vara Criminal
em função desse caso, um dos
maiores já encaminhados ao Judiciário. O processo tem 400 volumes e 55 mil documentos.
A denúncia foi apresentada há
um mês. O Ministério Público
acusa os empreiteiros de fraudar
415 licitações para reforma de escolas realizadas em março e abril
de 93 pelo FDE (Fundo para o Desenvolvimento da Educação), órgão da Secretaria da Educação.
O orçamento total do projeto,
chamado de "escolas-padrão", era
de US$ 80 milhões.
Em quase todas essas licitações,
os participantes apresentaram
propostas idênticas, no valor do
teto máximo estabelecido pelo
FDE para cada obra. O vencedor
acabava escolhido por sorteio.
O caso começou a ser investigado pela polícia com base em reportagem publicada na Folha em
93 sob o título "Empreiteiros armam "cartel' do preço máximo".
De acordo com a reportagem,
havia um acordo entre os empresários para que as obras fossem
realizadas sempre pelo preço máximo. Por isso, todos apresentavam propostas idênticas.
A investigação do Ministério Público indica que o preço caia em
até 30% quando havia descumprimento do acordo. Esse fato comprovaria o dano aos cofres públicos provocado pela ausência de
disputa entre os concorrentes.
(CLÁUDIA TREVISAN)
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