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SUCESSÃO
Miguel Arraes, líder do partido, afirma que após convenção do PMDB ficou mais fácil decidir quem apoiar
PSB deve apoiar a candidatura de Lula
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
A executiva
nacional do PSB
pode oficializar
ainda hoje, em
Brasília, o apoio
ao pré-candidato do PT à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o presidente nacional
do partido e governador de Pernambuco, Miguel Arraes, a decisão sobre os rumos do PSB nas
eleições "ficou mais fácil, porque
ninguém pode querer um candidato que não existe".
As opções, disse Arraes, "já
eram poucas e ficaram ainda mais
reduzidas depois da convenção do
PMDB", que decidiu apoiar a reeleição do presidente Fernando
Henrique Cardoso.
O governador descartou a possibilidade de o PSB lançar candidato
próprio à Presidência, alegando
que falta estrutura ao partido para
conduzir a campanha no país.
Arraes também não acredita numa coligação envolvendo Lula e o
pré-candidato do PPS, Ciro Gomes, e não deseja aliar-se ao
ex-ministro tucano, por ele não
ter optado pelo PSB.
Lula não é o candidato preferido
de Arraes, que defendia a escolha
de um nome com maior trânsito
nos partidos de centro-esquerda.
A posição de Arraes não é unânime no partido. O deputado federal
José Pinotti afirmou que pretende
discutir na reunião de hoje a possibilidade de lançar a candidatura
da ex-prefeita Luiza Erundina.
O deputado estadual paulista Pedro Dallari, que trocou o PT pelo
PSB, é reticente quanto à possibilidade de o partido decidir pelo
apoio a Lula hoje. "Até o PT adiou
a decisão oficial sobre seu candidato. Acho que o PSB deveria refletir mais um pouco", afirmou.
A opinião não é compartilhada
com outro deputado estadual paulista do PSB, César Callegari:
"Acho que a decisão de apoiar Lula vai ser tomada hoje. É a tendência da maioria da Executiva". Para
ele, fechar o apoio é necessário para agilizar as coligações estaduais.
Reeleição
O apoio a Lula, hoje, ocorreria
pela falta de opções e da necessidade de o PSB obter o apoio do PT
em alguns Estados. "Os nomes
precisariam vir depois dos critérios", afirmou Arraes. "O critério
de união é o melhor. Não se pode
desunir a esquerda, arrebentar a
esquerda", disse ele a uma rádio.
Arraes comparou a candidatura
de Lula à de Getúlio Vargas, "que
surpreendeu ao se eleger com quase 50% do eleitorado, depois de ser
derrubado". Ele reafirmou ser
contra a reeleição, mas não descartou a possibilidade de tentar
um novo mandato no governo
-o quarto em sua carreira.
Colaborou a Reportagem Local
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